Preço do suíno no MT bate recorde e chega aos R$ 6,50/kg
Considerando os níveis da inflação, o preço pago pelo suíno no Mato Grosso atingiu valor recorde, batendo o ano de 2004 na série histórica da Associação de Criadores de Suínos do Mato Grosso (Acrismat), conforme explica o presidente da entidade, Itamar Canossa. O valor atingiu R$ 6,50/kg, preço que reflete as altas expressivas ocorridas nas últimas semanas em praças como Minas Gerais e São Paulo.
Canossa explica que as praças produtoras mais próximas dos portos acabam escoando mais o produto para exportação, e como a demanda externa está aquecida, o Mato Grosso acaba vendendo para estes locais para suprir a lacuna.
"Recebemos quase que diariamente ligações de frigoríficos procurando novos lotes para abate. No começo dessas altas mais expressivas, os suinocultores até estavam vendendo os animais mais leves, mas perceberam que seria melhor retê-los por mais alguns dias para depois vender mais pesado e ter remuneração melhor", disse.
Apesar da alta expressiva no preço pago ao suinocultor, o custo de produção reduz o poder de compra, já que a média para se produzir um quilo de suíno no Mato Grosso está estimada em R$ 5, restando um lucro de R$ 1,50/kg ao produtor.
"Mesmo assim, é uma margem que remunera. Na suinocultura, estamos acostumados com uma margem de lucro em torno de 10% a 15%, e esse valor está em 23%", afirmou.
Além do dólar alto que, apesar de ajudar nas exportações da carne suína, prejudica o produtor na hora da compra de premix, vitaminas e aminoácidos, o milho tem pesado bastante na conta do suinocultor matogrossense. Segundo Canossa, as esmagadoras de milho para produção de etanol que se instalaram no Estado levam boa parte da produção.
"Há cerca de três, quatro anos, a gente pagava R$ 20 a saca de 60kg de milho, e hoje esse valor já chegou a R$ 40/saca. Acompanhando a leitura do mercado, apesar de já termos colhido a safrinha, o preço sa saca até o fim do ano deve bater a casa dos R$ 50", explica.
Mesmo com a visão de que o preço pago ao suinocultor está próximo de atingir um teto, pela perda da competitividade da proteína no mercado interno, e a pressão dos custos de produção, Canossa acredita que o suinocultor do Mato Grosso aidna deve terminar o ano "no azul", com margens de lucro remuneradoras.