Preço do suíno vivo em SP sobe 22% desde o fim de junho, com tendência de seguir com altas nesta 2ª quinzena
Desde o dia 30 de junho, quando o quilo do suíno vivo no mercado independente em São Paulo era negociado a R$ 4,80, houve uma valorização de 22%. Na última quinta-feira (9), quando a Bolsa de Suínos do Estado fechou comercialização com frigoríficos em R$ 5,87/kg. De acordo com o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira, este movimento de recuperação é fruto de uma somatória de fatores, e a segunda quinzena de julho deve continuar com altas nos preços.
Ferreira explica que o que influenciou na valorização do suíno no mercado paulista independente foi a redução do peso dos animais que saem das granjas, que passou de 115kg para 100kg, diminuindo a oferta de carne, reabertura de restaurantes na cidade de São Paulo e as exportações, estimuladas pela alta do dólar. "Inclusive tem frigoríficos com dificuldades na escala de abate", disse.
A expectativa de Ferreira é que o mês de julho seja de retomada nas vendas como era a realidade no mês de março deste ano, antes do início da pandemia. Para o segundo semestre, o presidente da APCS projeta que deve haver resultados melhores que a primeira metade de 2020.
"Em abril houve um grande problema no mercado interno, porque com o lockdown na cidade de São Paulo, a perda de consumo de carne suína per capita por habitante/ano chegou a 3 quilos. Esperamos que entre julho e agosto esse consumo volte à normalidade".
Apesar do preço do animal ter aumentado, o valor está "empatado" com os custos de produção, com a reação dos preços do milho sendo destcada por Ferreira.
"Hoje o preço do suíno consegue comprar duas sacas de 60 quilos de milho, sendo que o ideal seria comprar 2,5. Há pressão também no farelo de soja, porque além do câmbio, há a possibilidade de redução na oferta no último trimestre do ano, tirando a tranquilidade do suinocultor".
Para o presidente da APCS, é preciso que a arroba do suíno chegue, no mínimo, a R$ 120 para que o produtor fique tranquilo em relação aos custos de produção.