China deve manter importações, apesar do medo de contaminação por coronavírus em produtos importados, diz analista

Publicado em 25/06/2020 10:46 e atualizado em 25/06/2020 14:28
Pode ocorrer suspensão temporária de operação de fábricas ordenadas pelos próprios países de origem; mas China deve reforçar protocolos de prevenção
Gabriel de Freitas - Ramax Group - Asia Desk Office

 

 

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Entrevista com Gabriel de Freitas - Ramax Group - Asia Desk Office sobre as Importações de proteínas pela China

 

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Apesar do temor de uma segunda onda de surto de coronavírus na China e da descoberta da contaminação em uma peça de salmão importado em um mercado em Xifaldi, o operador de trading do Ramax Group na China, Gabriel de Freitas, diz que não acredita que haja a possibilidade de o país asiático fechar totalmente as portas para um país exportador.

De acordo com ele, se isso acontecer, será por razões políticas, e não pela Covid-19, já que a China ampliou as inspeções sobre importações de carne após uma nova série de infecções pelo vírus em Pequim ter sido associada a um grande mercado de alimentos na capital. O que poderia ocorrer é a suspensão temporária das atividades de algumas fábricas por parte do próprio país onde está instalada, de forma preventiva, conforme Freitas explica.

"As autoridades alfandegárias pediram que os países que exportam produtos para a China assinassem termos de compromisso de que adotariam medidas de prevenção e declarações de que a produção estava livre de contaminação pelo coronavírus", disse.

Freitas explica que antes de sair dos portos no Brasil, as cargas estão passando por enspeção, e quando chegam à China, os contêineres novamente são fiscalizados, além dos armazéns frios. 

"É muito difícil saber o que a China faria para comprar alimento se resolvesse embargar as compras totais de países que estão com plantas processadoras de carne com funcionários contaminados. Brasil, Estados Unidos e alguns países da Europa estão passando por isso, então a China não teria para onde correr", explicou. 

Uma das consequências desta questão, de acordo com o especialista, é a incerteza que isso gera nos importadores, que fazem a compra com as processadoras de carne, mas não sabem se dali alguns dias a planta pode ser fechada e a empresa não entregar o que foi contratado. 

Somado à isso, há a questão de que junho é um período de "low season" na China, no qual as pessoas consomem menos proteína animal, além do consumo já reduzido por conta das consequências geradas pela pandemia. Isso deve acarretar uma queda nos preços pagos à carne suína importada em julho, mas com retomada no final do mês de abril. 

 

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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