Exportações de carne suína têm segurado preços no mercado interno, que caíram 40% desde o início da pandemia
Com a demanda interna por carne suína derrapando, devido às questões relativas à pandemia do coronavírus, como fechamento da cadeia de foodservice e rede hoteleira, as exportações é o que tem segurado os preços no mercado de suínos brasileiro. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, desde o início da pandemia, os preços no mercado interno caíram em torno de 40%, e agora seguem com certa estabilidade.
Lopes afirma que a expectativa para o segundo semestre de 2020 é de que os embarques continuem batendo recorde, principalmente puxados por China e Hong Kong, que hoje representam 70% das aquisições da carne suína exportada pelo Brasil.
No mercado interno, onde 80% da produção da proteína suína fica, a perspectiva de Lopes é de que a demanda comece a melhorar a partir da segunda metade do ano.
"Acredito que a gente esteja vivendo o pico da pandemia agora, e no segundo semestre essa curva deve começar a baixar, os Estados vão flexibilizando a economia e as coisas devam começar a entrar nos eixos, melhorando o consumo", disse.
Apesar do volume e arrecadação recordes nas exportações de carne suína no último mês de maio, o preço do suíno pago ao produtor ainda não é remunerador, e em algumas regiões do país, o suinocultor têm saído no prejuízo. A razão principal, de acordo com Lopes, é a alta nos custos de produção, puxado pelo milho e farelo de soja.
A expectativa para o segundo semestre é de que as margens de lucro para o suinocultor fiquem menos estreitas, com a entrada da safrinha de milho, que pode fazer os preços baixarem, e com a opção do sorgo em substituição ao milho na ração, que é cerca de 20% mais em conta.