Suinocultor paulista já tem R$ 70 de prejuízo por cabeça com alta nos custos de produção e queda da demanda interna

Publicado em 21/05/2020 16:18
Venda de suínos no mercado independente foi prejudicada nesta semana por decreto de feriado prolongado em São Paulo; possibilidade de lockdown gera incertezas no mercado
Valdomiro Ferreira - Presidente APCS

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Entrevista com Valdomiro Ferreira - Presidente APCS sobre o Mercado de Ganjeiros

 

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O suinocultor independente paulista está tendo prejuízo no momento, segundo Valdomiro Ferreira, presidente da Asosciação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). Devido à menor demanda interna e aos altos custos de produção, cada suíno de 110kg pronto para abate já representa um prejuízo de R$ 70 ao produtor. 

O presidente da Associação explica que, apesar de não ter havido negociação e referência de preço nesta quinta-feira (21) na Bolsa de Suínos, a referência de preço de venda anterior era de R$ 4,80/kg do animal vivo, valor inferior ao dos custos de produção.

Ferreira conta que atualmente, a saca de milho de 60kg custa R$ 44, enquanto a tonelada do farelo de soja está em torno de R$ 1900 na região de Campinas, patamar recorde nominal em dez anos. 

"Sendo assim, o custo de produção por quilo de animal, somando todos os custos, inclusive de insumos dolarizados, chega a R$ 5,44, o que gera um prejuízo de R$ 70 quando o animal atinge 110kg para ir para o abate".

De acordo com a liderança, o decreto repentino de feriado prolongado em São Paulo fez com que os frigoríficos se retraíssem nas compras, em um movimento semelhante ao varejo, sem saber o que ficará aberto ou fechado, nem como será o consumo. 

Ele explica que o momento é de incertezas, com a possibilidade de um lockdown em São Paulo, redução do poder aquisitivo da população e, consequentemente, da demanda. A dica dada pelo presidente da APCS é que o suinocultor não represe os animais, ainda que o preço pago não seja tão alto, porque ficando na granja, acaba aumentando o custo de produção que não será reposto na mesma proporção na hora da venda. 

 

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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