Custo médio de produção na suinocultura em SC aumenta 16,5% e causa prejuízo de mais de R$ 100/cabeça
A Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS) divulgou os dados de março referentes aos custos de produção. O aumento no custo médio foi de 16,53%, passando de R$ 3,81/kg em março do ano passado para R$ 4,44 este ano. De acordo com o presidente da ACCS, Losivanio de Lorenzi, o aumento foi muito superior ao preço pago ao produtor, que já tem prejuízos de, no mínimo, R$ 100 por cabeça.
Lorenzi explica que atualmente, a média de preços pagos ao produtor independente é de R$ 3,77/kg, puxada para cima por negociações feitas anteriormente por suinocultores que ainda estão recebendo valores melhores.
"A maior parte das vendas é de cerca de R$ 3,20, R$ 3,30/kg, e colocando isso em frente a um custo de R$ 4,44/kg, o prejuízo é de R$ 100 a R$ 115", disse.
Para ele, as quedas nos preços do suíno chegaram ao fundo do poço, e o mercado deve começar a reagir a partir das próximas semanas, principalmente depois do dia 11 de maio, quando está programada a flexibilização da quarentena do estado de São Paulo.
O presidente da entidade afirma que o que puxou a alta nos custos de produção foi o aumento nos preços do farelo de soja e do milho, principais ingredientes da alimentação dos animais, somado à alta do dólar que fez disparar insumos veterinários, como vacinas, aminoácidos e medicamentos.
Uma das alternativas encontradas pelos suinocultores catarinenses para tentar reduzir o sufoco foi diminuir a quantidade de ração administrada aos animais, mas sem comprometer o bem estar.
"Dessa forma, além de reduzir o custo de produção, acaba atrasando o ganho de peso, o abate, e diminui a disponibilidade de animais para abate, o que segura a queda nos preços", afirma.
Segundo Lorenzi, essa estratégia está começando a dar resultados, já que nesta segunda-feira (27) a Associação já teve procura de frigoríficos por lotes de suínos oferecendo melhores preços.