Cenário de prejuízo já se desenha em abril para a avicultura
De acordo com o presidente da Associação Paulista de Avicultura, Erico Pozzer, abril deve ser um mês de prejuízo para o setor. Segundo ele, pesquisas apontam queda de 10% no preço do frango atacado em São Paulo, redução em torno de 20% da demanda, com o fechamento de escolas e cadeias de foodservice e custos de produção alto desenham um cenário desfavorável para a avicultura.
Pozzer afirma que nos últimos 60 dias houve um aumento nos custos de produção entre 10% a 15%, e que as empresas do setor precisam pensar no caixa, na sobrevicência, e tomar medidas o mais rápido possível para ajustar a oferta à demanda.
"Nós já conhecemos essa crise, já passamos por outras crises de ter custo alto e preço de venda baixo, menor demanda, e isso é prejuizo, não tem o que fazer, só tem o caminho de ajustar".
Ele diz que é uma questão de tempo para que os preços da ave comecem a cair com mais força, da mesma forma que tem ocorrido com os suínos. "O bovino vai ser mais resistente, porque você consegue manter o animal no pasto, mas a suinocultura e avicultura, chega um momento em que você tem que abater o animal".
De acordo com Pozzer, o produto que antes era destinado à merenda escolar e foodservice está sendo canalizado para a rede varejista com preços baixos, em torno de R$ 4 o quilo, enqaunto o varejo segue mantendo os preços praticados desde antes da crise do coronavírus.
"Quem ganha com isso é o varejo, porque para nós, com o custo de produção como está, teríamos que estar vendendo para eles em torno de R$ 4,70/kg para empatar".
Além dos custos com insumos, com a saca de milho de 60kg a R$ 60 e a tonelada do farelo de soja a R$ 1800, Pozzer cita ainda outro fator que tem aumentado os custos de produção, que é a força de trabalho.
Segundo ele, foi necessário afastar funcionários em grupos de risco, e com o monitoramento constante da saúde dos que estão trabalhando, aqueles que apresentam algum sintoma estão sendo mandados para casa. Pozzer afirma que isso representa em torno de 10% da força de produção afastada, que teve que ser reposta na mesma proporção.
"A maioria dos abatedouros estão evitando horas extras, não estão afzendo abates aos sábados, então o ritmo com certeza reduziu. Para qualquer lado que olhar, não tem como reduzir custo, nem no frango vivo, nem nos iunsumos, nem na mão de obra no abatedouro".