Exportações de suínos superam expectativas em SC, mas custos de produção preocupam

Publicado em 09/03/2020 15:43
Entrevista com Losivanio de Lorenzi - Presidente ACCS sobre o Mercado de Suínos
Losivanio de Lorenzi - Presidente ACCS

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Entrevista com Losivanio de Lorenzi - Presidente ACCS sobre o Mercado de Suínos

 

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Santa Catarina teve um aumento de 116,4% em volume de carne suína exportada neste primeiro bimestre em relação ao mesmo período no ano passado, e 55% a mais em matéria de volume, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). De acordo com Losivanio de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Suínos (ACCS), estes resultados foram surpreendentes para um início de ano, mas mesmo com as boas vendas, os custos de produção representam uma preocupação para o setor.

Segundo Lorenzi, havia a expectativa de aumento nas exportações, mas "não fazíamos ideia de que seria tanto". Ele atribui o bom resultado à persistência do surto de Peste Suína Africana (PSA), principalmente em países da Ásia.

"China e Hong Kong foram os principais destinos, e são países de uma região em que se consome muita carne suína e, ao mesmo tempo, que perderam muitos animais e matrizes com esta doença", afirma. 

Especialistas indicam que a PSA deve continuar desenhando omercado global de proteína animal, mas segundo Lorenzi, essa questão deve se rolhada com cuidado para o setor de suinocultora brasileiro.

"O momento e os próximos três, quatro anos, acredito, ainda devem ser de exportações grandes para a China, mas eventualmente o país vai se recuperar do problema. Então precisamos trabalhar muito para ampliar o mercado interno e outros compradores no mercado externo para poderem absorver este excedente que será produzido, já que a cadeia está investindo em aumento", explica. 

A expectativa de Lorenzi é que os próximos meses sejam de preços altos e sustentados, tando para o suinocultor independente quanto para o integrado. 

CUSTOS DE PRODUÇÃO

Apesar de a alta do dólar favorecer os valores pagos à carne suína importada, a questão também mexe com os preços dos insumos utilizados na produção dos suínos, o que traz preocupação, segundo Lorenzi.

De acordo com dados da ACCS, em janeiro deste ano a média de preço pago pelo suíno vivo era de R$ 5,58 o quilo no estado, enquanto a média de custo de produção girava em torno de R$ 4,18 por quilo de suíno produzido, deixando uma "sobra" de R$ 1,10 por quilo ao produtor.

Lorenzi caracteriza o valor como "sobra", e não margem de lucro, explicando que muitos suinocultores ainda contam com dívidas dos anos passados de crise que foram renegociadas e ainda estão sendo pagas, o que estreita ainda mais o valor que fica na mão do produtor. 

"No começo do ano estávamos otimistas com o valor do dólar, mas com estas altas sucessivas, aumenta também o preço de insumos dolarizados utilizados na produção, além do milho e do farelo de soja, que também vêm subindo", afirma. 

 

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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