Mercado de suínos em alerta para possíveis impactos do coronavírus
O surto de coronavírus que já vitimou mais de 80 pessoas e se espalhou por mais de 14 países se tornou foco nos noticiários e acabou mexendo com o mercado de commodities. De acordo com Valdecir Folador, presidente da Associação de Criadores de suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), ainda é cedo para prever como esta situação pode afetar a suinocultura brasileira, mas é fato que os integrantes do setor já estão atentos para os acontecimentos.
Segundo ele, apesar de as recomendações nos países afetados sejam para que as pessoas evitem locais aglomerados, a compra e o consumo de alimentos precisará acontecer. Folador lembra ainda que a China, epicentro da doença, ainda sofre com a crise da Peste Suína Africana, que dizimou cerca de metade do plantel do país e gerou um gap no mercado de proteína animal local.
"Este surto já causa certa insegurança, mas por enquanto é precoce fazer qualquer previsão, precisamos acompanhar o desenrolar da situação e analisar como ficará o padrão de consumo da população nas áreas atingidas", explica.
Sobre as exportações, como os dados do mês de janeiro ainda não estão totalmente quantificados, Folador não informou números, mas adiantou que tradicionalmente, o primeiro trimestre do ano é mais lento nas vendas. "A China comprou grandes volumes no final do ano, então há um estoque que precisa ser escoado para voltar a aquecer os embarques novamente".
A respeito do mercado interno, vale a mesma justificativa, já que o começo do ano tem a população com poder aquisitivo menor, devido às contas tradicionais de início de ano, Carnaval e a Quaresma.
"As cotações seguem pressionadas, com o suíno vivo se desvalorizando cada vez mais, mas ainda assim, e mesmo com os custos de produção subindo, o produtor está com margens de lucro satisfatórias", explica.