Peste suína se alastra pela Ásia e setor de frangos vê crescimento forte no Brasil
Estima-se que a peste suína africana tenha dizimado entre 35% e 40% do plantel de suínos na China, um dos países mais atingidos pelo vírus. Além da China, há relatos de que a doença tenha chegado em regiões da Rússia, do Timor Leste, da Coréia do Sul, das Filipinas, do Vietnã, da Romênia e da Hungria, aonde a doença atingiu javalis.
Apesar da doença não ser um risco para os seres humanos, o abate dos animais tem trazido grandes impactos econômicos, já que a China é o maior produtor / consumidor de carne suína do mundo. Para Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o abate dos animais na China representa 49% da produção global de carne suína. Dessa forma, nem com toda a capacidade de exportação de outros países produtores será possível atender a demanda pela carne.
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Segundo Turra, isso fará com que o país asiático procure com mais frequência outras fontes de proteína animal, o que deve beneficiar o Brasil. O presidente da ABPA acredita que o atual momento é uma oportunidade para o setor crescer e estima que as exportações de carne suína brasileira devam aumentar de 670 mil toneladas para 750 mil toneladas. Já para o setor de frango, o aumento nas exportações deve ser de 4 milhões de toneladas para 4,3 mi. de toneladas.
A produção maior de carnes fará com que a demanda interna por grãos aumente, já que eles são utilizados nas rações para os animais. Para Turra, isso dará mais estabilidade nos preços, principalmente para o milho, já que haverá disputa entre o consumo interno e a demanda externa.
Exportação de carne de frango pelo Brasil acumula alta de 2,3% no ano, diz ABPA
SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de carne de frango pelo Brasil acumularam alta de 2,3% entre janeiro e agosto de 2019 na comparação com igual período do ano passado, atingindo 2,758 mil toneladas, informou nesta sexta-feira a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Segundo levantamento da entidade, as receitas com todos os produtos de frango, o que inclui as carnes in natura e processados, avançaram 7,4% na comparação anual, para 4,625 bilhões de dólares. O Brasil é líder global nos embarques da proteína.
No mês de agosto, no entanto, houve retração de 17,9% no volume de embarques, para 325,4 mil toneladas, e de 12,5% nas receitas, que somaram 552,9 milhões de dólares, de acordo com a ABPA.
"Atrasos em embarques devido a questões burocráticas nas vendas para a China, Emirados Árabes e outros mercados foram determinantes para o menor fluxo registrado em agosto", disse em nota o presidente da entidade, Francisco Turra, que espera uma retomada nos níveis de exportação já no próximo mês.
De acordo com a associação, as questões burocráticas mencionadas são assinaturas de certificados e consularização de certificados para carne "halal", preparada de acordo com regras específicas para atender exigências de muçulmanos.
As exportações de carnes pelo Brasil têm registrado um 2019 positivo, impulsionadas especialmente pela forte demanda da China, que aumentou as aquisições externas após seu rebanho de porcos, o maior do mundo, ser dizimado por um surto de peste suína africana.
CARNE SUÍNA
As exportações brasileiras de carne suína também acumulam alta no ano, com embarques de 466,1 mil toneladas entre janeiro e agosto, alta de 13,4% ante igual período de 2018. O saldo cambial de 956,3 milhões de dólares representa alta de quase 20% na comparação anual, disse a ABPA.
Em agosto, porém, as vendas registraram decréscimo de 19,7% em volume na comparação anual, com 51,6 mil toneladas. A receita cambial recuou 2,2%, para 108,5 milhões de dólares.
"O movimento de desaceleração nas exportações de carne suína registrado no período tem motivações semelhantes aos embarques de produtos avícolas", afirmou o diretor-executivo da ABPA, Ricardo Santin, citando problemas nos embarques à China.
"A reversão do quadro deve ser sentida já no próximo mês", projetou Santin.
(Por Gabriel Araujo)
Importações de carne suína pela China aumentam 76% com peste reduzindo oferta
PEQUIM (Reuters) - As importações de carne suína pela China aumentaram 76% em agosto em relação ao mesmo mês do ano anterior, mostraram dados alfandegários nesta segunda-feira, com o maior consumidor mundial de carne estocando suprimentos depois que uma doença mortal dizimou seu rebanho de porcos.
A China recebeu 162.935 toneladas de carne de porco no mês passado, segundo dados da Administração Geral das Alfândegas, um aumento de 76% em relação a agosto de 2018, mas abaixo das 182.227 toneladas de julho.
Uma epidemia de peste suína africana reduziu o maior rebanho suíno do mundo em quase 40%, de acordo com dados oficiais, elevando os preços da carne para 41,9 iuanes (5,89 dólares) por kg e elevando o preço dos alimentos no país ao mais alto nível desde janeiro de 2012.
As importações de carne suína pela China nos primeiros oito meses do ano foram de 1,16 milhão de toneladas, um aumento de 40,4% em relação ao ano anterior.
As importações de carne bovina atingiram 130.619 toneladas, um aumento de 32%, elevando os volumes nos primeiros oito meses para 980.334 toneladas, um aumento de 54% em relação ao ano anterior.
As importações de frango em agosto aumentaram 51% para 67.074 toneladas, com volumes totais até agora este ano em 483.743 toneladas, um aumento de 48%.
A expectativa é de que as importações de carnes aumentem ainda mais, enquanto o Ministério do Comércio afirma que embarques mais fortes e a liberação de reservas de carne de porco congelada ajudariam a garantir o fornecimento.
Entre os países beneficiados pelas maiores importações de carnes pela China está o Brasil, maior exportador global de carne bovina e de frango.
No início de setembro, a China liberou 25 novos estabelecimentos do Brasil para exportar carne ao país asiático.
As autorizações envolveram unidades de empresas como BRF, Marfrig e Minerva.
Na semana passada, os chineses liberaram mais unidades argentinas para exportação.
(Por Dominique Patton)
Novas habilitações devem impulsionar vendas à China
São Paulo, 09 de setembro de 2019 - A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) recebeu com otimismo a informação sobre a habilitação de novas plantas de aves de suínos para exportações à China. A lista com as unidades produtoras foi publicada hoje, pelo Governo Chinês.
Conforme a publicação, seis plantas de aves e uma planta de suíno estão entre as novas habilitadas. Com isto, o Brasil passa a contar com 43 unidades produtoras de carne de frango e 11 unidades de carne suína autorizadas a exportar para a China.
Outra novidade é a autorização dos embarques de cortes suínos com osso provenientes de outros estados, além de Santa Catarina - antes, apenas as plantas catarinenses podiam embarcar estes produtos para o mercado chinês.
“As habilitações coroam o trabalho executado para as inspeções das unidades, com a inédita adoção da transmissão on line, coordenado pelo Ministério da Agricultura e pela ABPA, juntamente com as empresas do setor. A liderança da Ministra Tereza Cristina durante todo o processo, desde a missão realizada à China, até as incontáveis tratativas junto às autoridades sanitárias daquele país, foi determinante para as novas autorizações”, ressalta Francisco Turra, presidente da ABPA.
A China é o principal destino das exportações de aves e de suínos do Brasil. Entre janeiro e agosto, o país asiático importou 348,2 mil toneladas de carne de frango (volume 19% superior ao registrado no mesmo período do ano passado) e 133,5 mil toneladas de carne suína (+31%, segundo a mesma comparação).
Exportações de aves e suínos - dados de Agosto
São Paulo, 06 de setembro de 2019 - As exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) mantêm o ritmo positivo em 2019, conforme levantamentos feitos pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Entre janeiro e agosto, o Brasil exportou 2,758 mil toneladas, volume 2,3% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando foram embarcadas 2,696 mil toneladas.
Em receita, o desempenho é ainda mais expressivo: saldo de US$ 4,625 bilhões, número 7,4% acima dos US$ 4,3 bilhões obtidos nos oito primeiros meses de 2018.
Considerando apenas o mês de agosto, houve retração de 17,9% nas vendas, com 325,4 mil toneladas embarcadas em agosto deste ano, contra 396,4 mil toneladas registradas no oitavo mês de 2018. Em receita, a retração é de 12,5%, com US$ 552,9 milhões em 2019, contra US$ 631,5 milhões em agosto do ano passado.
“Atrasos em embarques devido a questões burocráticas nas vendas para a China, Emirados Árabes e outros mercados foram determinantes para o menor fluxo registrado em agosto. Por se tratar de questões burocráticas, e não comerciais, há a expectativa de retomada dos níveis de exportações já no próximo mês”, analisa Francisco Turra, presidente da ABPA.
Carne suína - As vendas de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) também mantiveram ritmo positivo neste ano. De acordo com os dados levantados pela ABPA, o setor embarcou 466,1 mil toneladas entre janeiro e agosto, 13,4% acima do exportado no mesmo período do ano passado, com 410,8 mil toneladas.
O saldo cambial obtido no período, com US$ 956,3 milhões, foi 19,9% maior que os US$ 797,5 milhões realizados nos oito primeiros meses do ano passado.
Em agosto, foram embarcadas 51,6 mil toneladas (-19,7%, frente às 64,2 mil toneladas registradas em 2018), gerando receita de US$ 108,5 milhões (-2,2%, contra US$ 110,9 milhões realizados no oitavo mês de 2018).
“O movimento de desaceleração nas exportações de carne suína registrado no período tem motivações semelhantes aos embarques de produtos avícolas. No caso de suínos, a problema envolve exclusivamente a China. A reversão do quadro deve ser sentida já no próximo mês”, ressalta Ricardo Santin, diretor-executivo da ABPA.
Aquisições no setor sinalizam movimento positivo, ressalta a ABPA
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, ressaltou que a aquisição de 40% do Grupo Vibra, empresa produtora e exportadora avícola do Brasil, pela norte-americana Tyson Foods, reafirmam o momento positivo vivido pelo setor produtivo.
Cinco anos após vender suas operações no Brasil, a Tyson retorna ao País por meio de uma das maiores agroindústrias de carne de frango nacionais.
Conforme Turra, os indicadores favoráveis ao crescimento setorial estão atraindo investimento externo para a avicultura, como também para a suinocultura do Brasil.
“O setor de proteína animal do Brasil se mostra, novamente, como um dos principais motores para o crescimento econômico nacional. A intensificação das exportações ressalta um quadro sustentável e bastante atraente para novos investimentos”, analisa.