Sem tempo para recuperação, suinocultura paulista deve encerrar 2016 no vermelho. Prejuízo atual chega a 5 reais por arroba

Publicado em 27/10/2016 12:15
Atualmente, suinocultores paulistas amargam 5 reais de prejuízo por arroba negociada. Custo de produção supera 83 reais enquanto preço médio recebido é de 73 reais por arroba

Os suinocultores de São Paulo devem encerrar 2016 com resultados negativos. A poucos mais de 60 dias para o encerramento do ano as projeções de que o quarto trimestre apresentasse condições melhores de preço não vai se confirmando e tem frustrado o setor.

De acordo com o presidente APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos), Valdomiro Ferreira, em apenar três semanas durante o mês de setembro os suinocultores tiveram condições remuneratórias, nos demais períodos do ano a cadeia trabalhou abaixo dos custos de produção.

Atualmente o valor médio de negociação com a arroba suína no estado é de R$ 78, ao passo que os custos para a produção estão em R$ 83/@. Dessa forma, na comercialização de um animal com aproximadamente cinco arrobas o produtor tem prejuízo de R$ 25 por venda.

"Precisaríamos percorrer aproximadamente seis meses com rentabilidade superior a 12% para zerar o prejuízo acumulado em 2016", conta Ferreira.

As exportações que muito embora venha alcançando resultados excelentes de volume, em receita a realidade é diferente. A queda de cerca de R$ 0,40 no câmbio derrubou o faturamento das agroindústrias e reflete diretamente na remuneração aos produtores.

Para Ferreira "o setor precisa, neste momento, de recursos para capital de giro que permitam a manutenção da atividade". Além disso, "caso a demanda melhore em dezembro, temos percebido que o produtor será capaz de vender o máximo possível de animais para o abate, que poderá provocar um buraco na produção de março e abril", acrescenta.

Dezembro vem se desenhando como mês decisivo os suinocultores em todo o país, no entanto, de qualquer modo o setor "ainda não vê 2017 como um ano positivo" para a cadeia.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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