Apesar da alta nos preços dos suínos na última semana, produtor continua no vermelho após elevação do farelo de soja
Embora as cotações do suíno vivo no mercado independente venham mostrando recuperação nas duas últimas semanas, os produtores ainda amargam prejuízos com o alto custo de produção.
Em Santa Catarina, o presidente da ACCS (Associação Catarinense dos Criadores de Estado) afirma que os suinocultores estão trabalhando no vermelho após alta de R$ 2,00 por saca de milho e R$ 300,00 na tonelada do farelo de soja.
"Os custos na região está acima dos R$ 4,00/kg enquanto que o preço de comercialização nesta semana está em R$ 3,20/kg", explica Lorenzi.
O presidente lembra que a cadeia suinícola do país ainda não conseguiu se recuperar da crise do setor em 2012 e, enfrentar novas dificuldades de produção e capitalização poderá inviabilizar a atividade em alguns casos.
A baixa disponibilidade do milho tem sendo alertada pelo setor de granjeiros desde meados do segundo semestre de 2015, quando o país começou a exportar volumes recordes. A expectativa era de que com a chegada da oferta de segunda safra o abastecimento se normaliza-se, no entanto, problemas climáticos causaram quebras que podem superar os 9 milhões de toneladas.
Contudo, para Lorenze ainda "há muito milho ainda disponível, mas a oferta está nas mãos de traders e especuladores que querem elevar o preço do cereal", considera.
O presidente alerta ainda que a alta do cereal vem trazendo consequências para a cadeia, com indústrias e produtores encerrando as atividades. Portanto, não são descartadas reduções na demanda interna pelo cereal no médio e longo prazo.
Assim, a Associação estima que "nos próximos 50 dias o milho recue desses patamares elevados, quando a oferta da safrinha ingressar no mercado", conta. O problema, segundo eles, é que muitos produtores não conseguiram bancar os custos neste período, correndo risco de sair da atividade.