Preços dos suínos iniciam o ano pressionados por demanda fraca. Enquanto isso, custo de produção aumenta e já compromete margens de lucro

Publicado em 08/01/2016 11:31
Exportações de suínos podem ajudar com novas compras de China e Coréia, mas mudanças na demanda devem ser sentidas só no segundo trimestre

O ano começou com pressão de baixa no mercado do suíno vivo.  A demanda mais fraca neste período impede a evolução dos preços, enquanto que os custos de produção se elevam significativamente, comprometendo as margens dos produtores.

Em seu último boletim, o Cepea afirmou que as altas temperaturas tendem a inibir o consumo de carne suína, reduzindo, conseqüentemente, as vendas de animais. De acordo com o Presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), Valdecir Folador, no estado a bolsa de suínos desta semana definiu os preços em R$ 3,70 o quilo do animal vivo (contra R$ 4,30 no mesmo período de 2015), uma queda de R$ 0,05 centavos em relação à última cotação de 2015.

"Hoje o custo de produção já gira em torno de R$ 3,20 a R$ 3,00 o quilo, então o produtor acaba ficando com a margem bastante apertada", declara Folador.

Para o decorrer de janeiro é esperado novas quedas nas cotações, já que apenas de uma menor demanda neste mês, ainda é preciso considerar uma maior procura das indústrias por animais para abate nesta primeira semana, com objetivo de repor os estoques comercializados no período de festas. Fator que pode limitar as quedas ainda maiores nos primeiros dias do mês.

No entanto, a melhora nas exportações em 2015 e que deve prosseguir neste ano, poderá ser um elemento positivo para a composição dos preços. No ano passado foram embarcadas 40 mil toneladas a mais de carne suína in natura, em função da desvalorização do real que tornou o produto brasileiro competitivo no mercado internacional, além da habilitação de frigoríficos para a exportação à China e a Coréia do Sul.

Diante desse cenário, Folador acredita que as cotações deverão voltar a reagir somente a partir de março, quando o consumo interno retoma o crescimento. Para a produção em 2016, é esperado um acréscimo de 3% a 4% que deverá ser absorvido pelo mercado interno e externo.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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