Suínos têm momento de preços estáveis com demanda desaquecida; no frango, cotações se mantêm positivas com consumo maior

Publicado em 02/07/2015 10:58
Granjeiros: Suínos mantêm estabilidade nas cotações com a demanda ainda desaquecida no consumo interno e exportações. Preços iniciam segundo semestre com referência de R$ 64 a R$ 65 por arroba do animal terminado e perspectiva de reação nos próximos meses. Para o frango, cenário é mais favorável com o aumento das vendas externas e população optando por essa, que é a proteína animal mais barata.

No final do maio, os preços do suíno vivo registraram os piores patamares do ano, e apesar de uma ligeira recuperação no início de junho as últimas semanas do mês voltaram a apresentar recuo nos preços.

Segundo o analista do Centro de Pesquisa Aplicada (Cepea), Augusto Maia,  o grande limitador para essas altas é a demanda que se enfraqueceu diante de um cenário econômico desfavorável. "Apesar de o preço ter melhorado ao longo do mês passado, ele ainda está muito abaixo do preço real do ano passado, e isso é reflexo do mercado interno mais fraco e do mercado externo um pouco mais fraco também", explica Maia.

O mercado em São Paulo trabalha com uma referência de R$ 64,00 a R$ 65,00 a arroba do suíno terminado, mas as expectativas para o segundo semestre são positivas. A entrada do período de inverno favorece o consumo da proteína suína, além disso Maia explica que o pico de volume nas exportações ocorre nos meses de outubro e novembro, por isso as perspectivas de preços para a segunda metade do ano são favoráveis.

Contudo, "apesar da expectativa de crescimento de preços no segundo semestre, esses preços podem não atingir os mesmos patamares do ano passado", que em meados de outubro de 2014 ficaram acima dos R$ 100,00 a arroba do suíno vivo.

 

Frango

O mercado do frango vem sendo beneficiado pelas altas nos preços da carne bovina, que é o principal concorrente da carne de frango. A troca de proteína por parte dos consumidores traz firmeza para as cotações da ave.

Além disso, a demanda externa tem mostrado recuperação nos últimos meses. O balanço das exportações do mês de junho apontou um volume recorde. No acumulado do período foram 371,0 mil de toneladas embarcadas no em 21 dias úteis, informou o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta quarta-feira (01).

A perspectiva de abertura de novos mercados também anima o setor. "Em 2014 tivemos alguns surtos de doenças que fizeram com que os produtores diminuíssem o plantel e não vendessem muito no mercado externo, o Brasil que não teve esses problemas agora vem ocupando o lugar desses fornecedores", explica Maia.

O Ministério da Agricultura divulgou na quarta-feira que o México renovou até março de 2016 a habilitação de cinco estabelecimentos brasileiros para exportação de carne de frango.

O segundo semestre inicia com média de preços de R$ 3,40/kg a R$ 3,50/kg na referência São Paulo, "com cenário mais firme até o final do ano", afirma o analista.

Por: Carla Mendes e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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