Serão mais duas semanas de chuvarada no Centro-Norte do país e seca no RS; reta final da safra está sob risco

Publicado em 28/02/2020 14:34
Chuvas intensas atrasam colheita em MT e GO enquanto a seca reduz perspectiva de recuperação da safra gaúcha
Francisco de Assis Diniz - Chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Inmet

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Previsão do Tempo - Entrevista com Francisco de Assis Diniz - Chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Inmet

 

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A próxima semana será de mais de chuvas para o Centro-Oeste e Sudeste do país. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), um canal de umidade em atuação na região central do Brasil faz com que chuvas expressivas aconteçam nesta região. 

De acordo com Francisco de Assis Diniz, meteorologista do Inmet, a Zona de Convergência estava atuando sobre a região sul do país, mas migrou para o Centro-Norte do país. As previsões indicam ainda que as condições devem continuar as mesmas por, pelo menos, mais uma semana. "Não é chuva de temporal, nem de vendaval, mas são chuvas contínuas e quando o acumulado acontece por algumas horas, tornam-se chuvas intensas", explica Francisco. 

No Centro-Oeste, os maiores volumes tendem a continuar concentrados no estado do Mato Grosso, onde são esperados volumes entre 20 e 40 milímetros de precipitação, podendo chegar a 50 mm em áreas da região sul do estado. Ainda no Centro-Oeste, deve chover em todo o Goiás, com acumulados previstos entre 20 e 30 milímetros. Apenas no Mato Grosso do Sul deve permanecer com tempo estável durante os próximos dias. 

Já no Sudeste, São Paulo passa a ter tempo estável e a tendência é que chova de maneira expressiva em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Heráclio Alves, meteorologista do Inmet, aponta que todo o estado de Minas Gerais pode ter chuvas expressivas, atingindo inclusive a região do café. Cidades produtoras de café registram chuvas acima da média esperada para o mês de fevereiro.

Já para o Sul do país, as previsões não indicam chuvas para os próximos dias. De acordo com o meteorologista, a massa de ar frio em toda a região impede que se formem condições de chuvas na região. As temperaturas em todo o sul do país passam a ficar mais altas a partir desta sexta-feira e as máximas devem ficar entre 34 e 35 graus nos três estados durante o final de semana. 

O mapa de previsão estendida do centro de previsão da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês) aponta a tendência de retorno das chuvas para o sul do país a partir do dia 7 de março, mas ainda com volumes baixos.  De acordo com o modelo, neste período os volumes tendem registrar até 25 milímetros de precipitação. Durante este período, a tendência é que as chuvas continuem mais intensas no norte do país. 

Veja a previsão de precipitação para as próximas 93 horas em todo o Brasil: 


Fonte: Inmet 

Hidrelétricas devem receber chuvas intensas em março, diz ONS

SÃO PAULO (Reuters) - As hidrelétricas, principal fonte de geração de energia do Brasil, devem receber chuvas intensas em março, o que contribuirá para recuperar reservatórios, projetou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em relatório semanal nesta sexta-feira.

O Sudeste e o Nordeste, que concentram os maiores reservatórios, deverão ver precipitações equivalentes a 117% e 80% da média histórica para o mês, parte do chamado "período úmido" na região das usinas, que vai de novembro a abril.

O órgão do setor elétrico projetou também um avanço de 6,4% na carga de energia do sistema no próximo mês quando na comparação com mesmo período do ano anterior.

A Reuters publicou mais cedo nesta sexta-feira que analistas projetavam chuvas no Sudeste em março acima de 110% da média histórica, contra 102% em fevereiro e 74% em janeiro.

Conta de luz mantém bandeira verde em março com previsão de chuvas intensas

SÃO PAULO (Reuters) - As contas de luz seguirão com bandeira tarifária verde em março, aliviando os consumidores de cobrança adicional, em meio a projeções de chuvas intensas que devem contribuir para recuperar significativamente o nível dos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de geração de energia no país.

O mecanismo tarifário, definido mensalmente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), eleva os custos da energia quando sai do patamar verde para o amarelo ou o vermelho, o que acontece de acordo com a oferta de geração no sistema.

Segundo a agência reguladora, a manutenção da bandeira verde, que já vigorou em fevereiro, acontece devido à previsão de "condição hidrológica favorável" no próximo mês.

As chuvas na região das hidrelétricas do Sudeste e do Nordeste, que concentram os principais reservatórios, estão estimadas em março em 117% e 80% da média histórica para o mês, respectivamente, apontou nesta sexta-feira o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

A projeção de precipitações intensas e a definição da bandeira tarifária confirmam expectativas de especialistas, de que as contas podem seguir sem cobranças adicionais por meses devido à melhor hidrologia desde o fim de janeiro, que tem recuperado o nível dos reservatórios.

As previsões atuais são de que os lagos das usinas hídricas podem chegar ao final do chamado período úmido, entre novembro e abril, no maior nível desde 2016 na região Sudeste, enquanto no Nordeste os índices poderiam ser os melhores desde 2012.

A elétrica mineira Cemig disse nesta sexta-feira que abriu parcialmente as comportas de sua usina de Três Marias, no rio São Francisco, para evitar que a barragem atinja o limite de armazenamento, o que a obrigaria a soltar a água de uma vez, causando inundações.

"O último evento chuvoso que levou à necessidade de abertura do vertedouro da Usina Três Marias ocorreu há mais de oito anos, em janeiro de 2012", disse a companhia. O lago da hidrelétrica está atualmente com 88,6% da capacidade.

A Cemig afirmou que a operação com comportas parcialmente abertas deve ser mantida pelos próximos 15 dias.

CUSTO MENOR

A melhoria no cenário para as hidrelétricas vem após receios no início do período de chuvas, quando precipitações abaixo da média na região das usinas levaram a Aneel a definir bandeira vermelha em novembro e amarela em dezembro e janeiro.

Os reservatórios chegaram a operar entre o final de 2019 e o começo deste ano com níveis próximos dos piores já registrados para esses períodos no Sudeste, vistos em 2015.

Além de evitar as cobranças adicionais com as bandeiras tarifárias, a mudança de cenário também reduz o custo de operação do sistema elétrico com o acionamento de termelétricas.

O ONS projetou que o chamado custo marginal de operação do sistema (CMO) na região Sudeste ficará em 54 reais por megawatt-hora na próxima semana, contra 140 reais projetados na semana anterior para o atual período.

 

Fonte: Notícias Agrícolas/Reuters

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