Municípios paranaenses na fronteira com o Paraguai devem encerrar colheita com potencial produtivo comprometido por estiagem
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Municípios paranaenses que fazem fronteira com o Paraguai devem encerrar colheita com potencial produtivo comprometido por estiagem
Nos municípios paranaenses de Entre Rios, Santa Helena e Missal, todos em fronteira com o Paraguai, a falta de chuva no final do ciclo da soja deve penalizar a produtividade das lavouras.
Assim como vem ocorrendo no Paraguai, a estiagem prejudicou as plantações e esse cenário também pode ser observado nos municípios divisa com o país.
Nesta sexta-feira (27) o CropView traz ao Notícias Agrícolas a analise da produção em Santa Helena (PR) para conferir como o regime de chuvas deverá influenciar na produção final.
A simulação realizada - considerando plantio em 05 de outubro em lavouras de solo médio e ciclo de 120 dias -, apontou que com 65% da colheita finalizada, os trabalhos de campo encerrariam no inicio de fevereiro com potencial produtivo de 65% (equivalente a 45 sacas/ha).
"De dezembro até aqui as chuvas reduziram, causando prejuízos na produção", lembra Cristina Queiroz, da Rural Tecnologia.
Os dados de balanço hídrico apontam um volume de chuva abaixo da média neste ano. Para os próximos dias o sistema indica continuidade no padrão das precipitações e aumento nas temperaturas médias.
"A tendência de clima para os próximos seis meses também indica chuvas abaixo da média dos últimos 10 anos. Em fevereiro 58% menos, março 61% e abril 77%", diz Queiroz.
Por outro lado, os produtores com lavouras em condição de colheita teriam situação favorável ao trabalho de campo neste período.
Sorriso (MT)
Já em Sorriso, no Mato Grosso, a realidade de clima é oposta. O grande volume de chuvas que atinge a região em janeiro poderá prejudicar a produtividade.
A simulação considerou plantio em 15 de outubro, com ciclo de 110 dias em solo médio. Assim, a fase de colheita - que já vem sendo realizada no município - coincide com período de intensas precipitações.
Contudo, o sistema ainda indica um potencial produtivo de 93% [equivalente a 60 sc/ha] e a possibilidade de uma janela de colheita nos próximos dias.
"A previsão até 31 de janeiro é de menos chuvas e, depois do dia 1º de fevereiro voltam às precipitações mais elevadas. Se isso se confirmar, os produtores teriam um intervalo para colheita até a próxima quarta-feira (1)", diz Queiroz.
Considerando a cultura do milho safrinha, a previsão climática para os próximos seis meses indicam volumes de chuvas próximas à média histórica dos últimos dez anos.
A simulação de um plantio a partir da segunda semana de fevereiro, na mesma região, indica ligeira penalização no final do ciclo.
"Começam as indicações de falta de água a partir de abril, mas é preciso considerar que essas previsões estendidas podem ser corrigidas", explica Queiroz ressaltando que mesmo o déficit hídrico estaria acima da média dos últimos dez anos para o município.