Reta final da colheita: Cooxupé confirma boa safra, mas contesta otimistas que previam 70 milhões de sacas

Publicado em 12/08/2020 15:57 e atualizado em 12/08/2020 16:51
Nas áreas de atuação da cooperativa, a colheita já chegou em 80%: Clima ajudou os trabalhos e safra além de chamar atenção pela quantidade, é uma safra de qualidade
Carlos Augusto Rodrigues de Melo - Presidente Cooxupé

Podcast

Entrevista com Carlos Augusto Rodrigues de Melo - Presidente Cooxupé sobre a Colheita do Cafe em Minas Gerais

 

Download

O clima colaborou e a colheita na área de café de atuação da Cooxupé chegou em 80%. O número foi confirmado por Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da cooperativa, em entrevista ao Notícias Agrícolas realizada nesta quarta-feira (12). "É um bom percentual de colheita em relação aos anos anteriores. Em 2018 que foi uma colheita grande como essa, nesse momento, nós estávamos com 77,84%, praticamente o mesmo percentual colhido", destaca. 

O presidente reforçou mais uma vez que a safra 2020/21 é volumosa, ficando em torno de 60 milhões de sacas, mas que o número representa exatamente o consumo tanto do mercado interno, como externo. "Alguns dizem que é 70 milhões, é impossível. A vivência na cafeicultura nos diz que ter altas significativas como essa não é com um ano que conseguimos. É uma safra boa, nos recebimentos da cooperativa acreditamos que vamos bater os recordes, mas também não é exagerada como se fala o mercado", complementa. 

Apesar do consumo de café ainda gerar certas incertezas ao mercado, Carlos Augusto comenta que dentro do cenário da pandemia, o café tem um momento privilegiado, tanto no consumo como para os preços, que não registraram quedas tão expressivas como outras commodities agrícolas. "O agro está dando uma resposta positiva e o café está inserido dentro do agro. Posso te dizer que até agora o café vive um momento privilegiado por conta do que ocorreu nos últimos meses, o mercado de café não foi afetado por várias razões", afirma. 

Carlos destacou os estoques baixos no momento de entressafra, que entraram para a história da cafeicultura brasileira. "A demanda do café até tem sido de uma maneira normal. A cooperativa vem registrado vendas significativas, que nós não esperávamos nesse momento", comenta. Fazendo uma análise da safra com relação aos estoques, o presidente voltou afirmar que o Brasil precisa de 60% milhões de sacas para atender a demanda. "A oferta e demanda estão muito ajustadas, não existe sobra de café", destaca. 

A avaliação feita pelos técnicos da Cooxupé destacam que a safra 2020/21 também é uma safra de bom rendimento. Além disso, o presidente reforça que além de ser uma safra que chama atenção pela quantidade, também chama atenção do mercado pela qualidade. "Raramente eu vi um ano de tamanha qualidade como o café que estamos vendo", comenta. 

Já falando na próxima produção, o clima seco no sul de Minas Gerais já está no radar da Cooxupé. Carlos destaca que ainda é cedo para falar sobre os impactos, mas já destaca que a próxima produção será bem menor quando comparada com a deste ano. "Pelo estado que estão ficando as lavouras por conta da produtividade ao longo deste ano", afirma. 

Veja a entrevista completa no vídeo acima

 

 

 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Preços do café estendem alta de 3 semanas e fecham sessão desta 6ª feira (22) com ganhos de mais 4% na bolsa de Londres
Café: Mesmo nas máximas em 13 anos, preços não afastam compradores e mercado ainda é bastante resiliente
Safra de café da Colômbia 24/25 projetada em 12,9 mi sacas, diz USDA
Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas decide os vencedores de 2024
Café no varejo: vendas aumentaram 1,1% de janeiro a setembro em comparação com o mesmo período de 2023
Preços do café seguem em volatilidade e apresentam altas no início da tarde desta 6ª feira (22)
undefined