Estoques baixos de café no Brasil e oferta de safra nova só chegando ao mercado em julho, criam cenário inédito para os preços
Nas últimas sessões, o mercado de café tem reagido na Bolsa de Nova York (ICE Futures Group), saindo dos patamares de US$1,20/lb - alguns vencimentos, como dezembro/18, já estão sendo negociados na casa dos US$10,30/lb.
Eduardo Carvalhaes, analista de mercado do Escritório Carvalhaes, destaca que "com uma economia dinâmica, é difícil saber o que se ocorre", mas que este movimento não é surpresa, dado que a colheita de arábica está prestes a começar no Brasil em um momento no qual o país se encontra sem estoques, com dificuldades de cumprir embarques.
Além disso, o inverno deverá ser de mais frentes frias para as terras brasileiras, bem como o dólar, por fatores políticos e econômicos internos e pelo aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, se encontra bem mais valorizado do que o real neste momento.
A situação, portanto, não é de conforto. O estoque governamental no Brasil é quase zero, de forma que ainda não se sabe como as forças de mercado vão se comportar com este movimento. Os produtores também tendem a ser mais conservadores nas vendas, fazendo deste um ano "tenso" para a compra e venda de café.
O consumo interno continua em bom volume e faltar café irá depender, prioritariamente, do clima. Assim, a tendência é que o mercado do café continue no limite, embora Carvalhaes não consiga enxergar uma falta concreta no momento.