Café: Safra brasileira já foi precificada e mercado internacional deve oscilar sem muitas novidades nos próximos meses

Publicado em 03/04/2018 15:23
Apesar da possibilidade de colheita recorde no Brasil nos próximos meses, consumo tem crescido e país chega a uma entrada de safra pela primeira vez na história com estoques públicos zerados. Nesse contexto, cotações em NY seguem abaixo de US$ 1,20 por libra-peso.
Confira a entrevista com Eduardo Carvalhaes - Analista de Mercado do Escritório Carvalhaes

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Safra brasileira já foi precificada e mercado internacional deve oscilar sem muitas novidades nos próximos meses

 

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Nos últimos dias, o mercado do café tem enfrentado diversas oscilações na Bolsa de Nova York (ICE Futures Group), sendo a maior parte delas para baixo. Eduardo Carvalhaes, analista de mercado do Escritório Carvalhaes, destaca que este fator é efeito de "notícias de todos os lados que acabam impactando os preços", sendo alguns destes fatores um aumento na produção do Brasil e da Colômbia.

Contudo, ele lembra que alguns fatos que são concretos estão sendo deixados de lado, como o fato de o Brasil ter zerado seus estoques oficiais. O consumo brasileiro do grão continua crescendo e deve chegar a 23 milhões de sacas neste ano, com tendência de subir o consumo de café de maior valor agregado. Além disso, a China também desponta como um potencial consumidor a grande escala.

Os números de produção brasileiros devem ficar próximos do que foi estimado pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), mas ainda não se sabe o que irá ocorrer durante o inverno. "Temos que torcer para que as chuvas não atrapalhem a qualidade da próxima safra de café", salienta Carvalhaes.

Diante dos baixos preços e dos custos de produção, os cafeicultores têm vendido café apenas para pagar as contas mais próximas, vendendo o mínimo necessário. Com estoques mais baixos, o Brasil também deverá ter um volume mais baixo de exportações.

Carvalhaes comenta ainda a saída dos Estados Unidos da Organização Mundial do Café (OIC), o que ele considera um movimento precipitado que reflete o modo de pensar do presidente Donald Trump. Ele lamenta que "o maior consumidor do mundo fique de fora desse fórum de debates" e espera que "revejam essa posição daqui pra frente".

Por: Jhonatas Simião e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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