Apesar do retorno das chuvas, produtores já esperam queda na produção de café em Nova Resende (MG)
As chuvas retornaram a região de Nova Resende (MG), colaborando para a evolução do desenvolvimento dos grãos. No entanto, o volume de precipitações nos últimos dias ainda não é suficiente para recuperar o estresse hídrico das plantas.
Segundo o produtor, Alexandre Maroti, é preciso que as chuvas permaneçam regulares até o final de março para que o enchimento de grão seja completo, "e para ajudar no desenvolvimento da próxima safra, porque crescendo mais os ramos, e produz mais na outra safra", explica.
As altas temperaturas também é uma preocupação dos produtores, e mesmo com a melhora do clima, Maroti afirma que nesta safra a produção será menor. "Mesmo o tempo correndo tudo bem, terá quebra na produção, porque no ano passado a colheita foi boa - não teve o rendimento necessário por falta de água - mas foi bom o rendimento, e o café em um ano produz mais, e no outro produz menos, é bienal. Por isso acredito que não chega a produção do ano passado", alerta o produtor.
Segundo Maroti, em sua propriedade a projeção é de colher 30% a menos se comparado a um ano de produção regular, mas em outras propriedades cafeicultores estimas perdas ainda maiores nesta safra.
Outro cuidado que os produtores precisaram ter nesta temporada foram os altos custos de produção. Com a elevação da taxa de câmbio os insumos subiram consideravelmente, ao mesmo tempo em que os preços do café regrediam na Bolsa de Nova York. Em reais, Maroti afirma que os preços praticados são próximos aos níveis de quatro anos atrás, deixando pouca margem de lucro.
Na região o café de qualidade é comercializado em torno de R$ 500,00 a saca, mas o produtor lembra que quase nunca é possível obter toda a produção com cafés de melhor bebida. Além disso, esse cenário de aumento nos custos de produção restringe a possibilidade de investimento nas propriedades.