Preços da arroba no mercado futuro se distanciam de cotações físicas precificando pessimismo com demanda
O mercado do boi gordo segue pouco movimentado nesta semana. Enquanto as indústrias evitam formar estoques, os pecuaristas se retraem das vendas diante de preços pouco atrativos.
Em São Paulo a referência está em R$ 145/@ e as escalas de abate atendem em média sete dias úteis. E mesmo com a cotação cedendo nas últimas semanas, a disponibilidade de boiadas não está abundante e evita pressões maiores.
Segundo o analista da FCSTone, Caio Toledo Godoy, "as chuvas em diversas regiões tem ajudado na formação das pastagens e no tamanho dessa oferta", conta.
A melhora no suporte das pastagens em algumas regiões do centro-sul permite que os pecuaristas retenham as boiadas devido aos preços menores ofertados.
Já no mercado futuro as baixas são mais expressivas. O maio/17 - referência dos negócios no início do ano - está cotado a R$ 139,70/@ perdendo o patamar dos R$ 140.
Para Godoy, as quedas refletem a expectativa de maior oferta no período [entrada de seca] e demanda ainda patinando neste primeiro semestre.
Além disso, o analista considera que nos próximos dias as cotações da BM&F deve buscar um ponto de equilíbrio para que então o cenário inverta. "Acredito que o futuro deve se estabilizar, enquanto o físico ganhará um ritmo mais forte de queda", diz.
A retenção dos animais no pasto embora seja um limitando dos preços neste momento, a estratégia poderá significar uma concentração de oferta nos próximos meses e consequentemente pressões ainda maiores na arroba.
Godoy ressalta ainda que não há muitos fatores que indiquem a retomada de demanda já no primeiro semestre.