Reposição sobe em média 40% em 12 meses, boi gordo tem elevação de 17% no mesmo período e carne registra apenas 13% de alta na média para todos os cortes
A semana fechou com reajuste em 6 praças, sendo que o recuo aconteceu em apenas 1 delas. Em São Paulo o boi gordo é comercializado a R$ 147,00/@ à vista.
Essas altas acontecem em função da oferta restrita de animais registrada desde os três primeiros meses do ano.
Segundo Gustavo Aguiar, consultor da Scot Consultora, em curto prazo não há sinalização de melhora na oferta.
"Estamos em uma época de safra, no começo do ano tipicamente é mais fácil adquirir os animais, e os preços historicamente caem, mas neste ano tem sido diferente", afirma Aguiar.
Mesmo com os preços registrando bons patamares, a rentabilidade do pecuarista depende do sistema de produção adotado. "Se falarmos de um sistema mais curto, mais intensivo no confinamento, as primeiras estimavas apontam para um resultado positivo, apesar de não ser um resultado muito folgado", ressalta Aguiar.
Segundo ele, o que mais compromete a rentabilidade dos produtores são os animais de reposição. Um levantamento da Scot Consultoria que levou em consideração os últimos 12 meses apontou um cenário crescente em todos os produtos do mercado.
O boi casado teve alta de 10%, a carne sem osso no atacado de 13% a 14%, o boi gordo 17%, o boi magro 35%, e garrote ou bezerro 42% e 43%.
"Há uma pressão sobre os preços da reposição afetando os criadores e confinadores, mas que também exercem pressão de redução de margem sobre os frigoríficos, que não conseguem repassar os preços na carne", explica Aguiar.
De acordo com o mesmo levantamento, os frigoríficos tiveram uma redução de 7% na média da margem equivalente carcaça. "Na carne sem osso a margem vigente está em 18%, sendo que a média histórica é de 21%", afirma o consultor.
A demanda também segue com problemas, haja vista que no mercado interno os consumidores têm perdido poder de compra com a crise econômica que o país atravessa. E no mercado internacional, a queda no preço do barril de petróleo também restringiu os embarques para os principais mercados do Brasil.
"Em janeiro e fevereiro houve uma redução de 30% no volume exportado, em março os dados parciais já mostram redução de 15% a 20% no volume embarcado se comparado a março do ano passado", conclui Aguiar.