Temas centrais como educação, agricultura e abastecimento ficaram de fora das eleições municipais, afirma Roberto Rodrigues

Publicado em 07/10/2024 18:30 e atualizado em 16/10/2024 09:57
Conexão Campo Cidade desta semana abordou as eleições do último final de semana e destacou o número de abstenções e o nível das discussões políticas neste ano
Conexão Campo Cidade -

No Conexão Campo Cidade desta semana, Roberto Rodrigues afirmou que durante os debates paras as eleições municipais deste ano, importantes temas centrais, como a educação e o agricultura, ficaram de fora das discussões. 

Para o economista Antônio da Luz, outro problema é o fundo eleitoral, que por ser maior para alguns candidatos, acaba distorcendo o resultado, pois favorece os que têm um montante maior para a campanha. Além disso, ele declarou as abstenções foram os grandes vencedores das eleições, por causa do tamanho que tiveram. 

Segundo José Luiz Tejon, os debates ficaram limitado ao bulling. Como ele afirmou, em São Paulo, que a cidade a qual ele mais acompanhou, é o município brasileiro com o maior número de cooperativas. Porém em momento nenhum foi abordado esse tema. “Educação começa por proibir esse tipo de propaganda e debate eleitoral. São aulas de deseducação o que acontece nesses debates”, opinou Tejon. 

Marcelo Prado afirmou que atualmente a polarização é muito presente, sobretudo em tempos de redes sociais. Ele exemplifica que Isso é evidente até mesmo nos comentários do programa quando falam sobre preços das commodities. 

Por fim, para Antônio da Luz, após essas eleições a direita vai ter que tirar diversas lições, assim como há também lições para a esquerda, que tem dificuldade de falar sobre a pauta da segurança. “Quem aprender mais sobre essas questões, chegará mais forte em 2026”, pontuou. 

Adiamento da Lei Antidesmatamento da União Europeia

Outro ponto destacado por Marcelo Prado foi o provável adiamento da Lei Antidesmatamento da União Europeia. Conforme ele disse, a União Europeia, ao estabelecer isso, está sobrepondo a legislação brasileira e isso é algo que vai precisar resolver com eles com diálogo e bom senso. 

De acordo com Leticia Jacintho, existem dois dois pontos principais que são um problema: primeiro sobrepor a lei e classificar o país pelo risco de desmatamento. 

Em segundo lugar, como no Brasil há a função de garantir segurança alimentar, energética e ambiental, isso pode complicar e tem que pensar que em países de alta renda, como os da Europa onde os gastos com alimento são 10%, da renda, não faz muita diferença para eles. Mas para os mais pobres, esse impacto é diferente e quem perde são os que tem menos condições, apontou Jacintho.

Roberto Rodrigues destacou mais uma vertente. Segundo ele, a prorrogação não foi obtida por ação do Brasil, ou Indonesia, foram os próprios europeus. Como ele destacou, tem uma preocupação que transcende a visão ambientalista europeia, que é hipócrita, um protecionismo indireto. “Esse adiamento não é necessidade nossa apenas, parte dos países europeus. Neste ano, em Bruxelas, houve protestos e greves contra a UE, processo que tem ligação com o adiamento”, afirmou Rodrigues. 

José Luiz Tejon, por sua vez, afirmou que tem um ponto adicional. Conforme ele disse, o europeu sentiu que os maiores prejudicados serão os países africanos. Por lá, o impacto seria brutal. “O impacto nos menos desenvolvidos foi considerado brutal. Fico imaginando os países do cinturão tropical não têm condição nenhuma de mostrar o que a UEDR estava exigindo”, declatou Tejon; 

Para Antônio da Luz, Bruxelas está desconectada do povo europeu e não aprendeu nada com o Brexit. “A EU não é nehum padrão ambiental para ser seguido e as olimpíadas deixaram isso claro com o poluição do Rio Sena. O adiamento foi por que daria um problema grande na Europa, nos preços do alimentos”, opinou o economista. 

Segundo ele, agora o Brasil ganhou um ano para pensar em o que fazer como Congresso e Executivo. “Não somos mais índios recebendo caravelas como há 500 anos e tem que colocar regras também para serem respeitadas”, protestou.

Plantio da soja no Brasil e janela para a segunda safra 

Marcelo Prado também destacou que até a última segunda-feira (07) 5% da soja estava plantada, o  que representa um atraso em relação à média. Ele aponto que Barretos e Uberlândia ainda não receu chuvas e isso vai atrasando muito o plantio. 

Com a colheita da soja mais tarde, ele reforça que se colhe mais tarde, planta o milho safrinha mais tarde e em um momento que pode trazer falta de chuva durante a granação. “A safra é muito menor e muitos não vão nem conseguir plantar o milho se a soja continuar atrasando”, opinou. 

Antônio da Luz afirmou que tem lido relatório dos meteorologistas e tem visto, de maneira geral, que vai ter atraso, mas vai conseguir plantar tudo aos “47 do segundo tempo”. “Ano passado estava mais plantado, deu janela, mas perdeu. É melhor demorar mais para começar e depois que começar vai embora, e é isso que os meteorologistas estão apontando”. Porém, ressalta que tem questões de invernadas previstas em janeiro, o que seria ruim para o algodão, e em fevereiro, o que seria ruim par a o milho. 

Por: Igor Batista
Fonte: Notícias Agrícolas

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