Crop Tour Argentina percorre mais de 3 mil km e constata perdas intensas, principalmente, na soja e milho plantados mais cedo

Publicado em 11/02/2023 08:00 e atualizado em 13/03/2023 08:48
Quebra em ambas as culturas pode se agravar se chuvas não se confirmarem em volume e frequência nas próximas semanas. Veja o resumo final de uma semana de visitas às principais regiões produtoras do país.
Emerson Pscheidt - Produtor rural em Rio Negrinho-SC, Paulo Veiga - Consultor técnico Big Safra, Charles Anderson Wolmann - Eng agrônomo

Podcast

Crop Tour Argentina percorre mais de 3 mil km e constata perdas intensas, principalmente, na soja e milho plantados mais cedo

Após mais de três mil quilômetros percorridos nas principais regiões produtoras da Argentina, o time do Crop Tour do Grupo Labhoro e do Notícias Agrícolas, concluiu o percurso para verificar as condiçõe da safra 2022/23 de soja e milho. As perdas verificadas foram bastnte severas e as exceções são bastante raras. 

"Tirando a província de Córdoba, que recebeu chuvas em índices superiores a Buenos Aires e Santa Fé, é a melhor soja", explica o diretor geral da Labhoro, Ginaldo Sousa, que pontua que nem mesmo em Córdoba - onde as condições foram um pouco melhores - a situação é muito diferente. "Não se pode falar que não há perdas, há perdas mas são menores". 

Soja e milho na região de Córdoba - Fotos: Daniel Olivi

E completa sua análise afirmando que as chuvas previstas para os próximos dias - algumas já podendo chegar à Argentina entre domingo (12) e segunda-feira (13) - precisam se confirmar ou as perdas podem ser ainda mais graves, levando a produção de soja a menos de 40 milhões de toneladas. Durante a semana, a Bolsa de Cereales de Buenos Aires reduziu sua estimativa para 38 milhões de toneladas. 

Soja e milho nas províncias de Buneos Aires e Santa Fé - Fotos: Daniel Olivi

Sobre o milho, os piores resultados se dão sobre o chamado 'milho do cedo', geralmente semeado entre os meses de setembro e outubro. A cultura passou por condições climáticas ainda mais adversas e as perdas, na avaliação de Sousa, é de ao menos 70%. 

"São quebras substanciais na cultura da soja, no milho, sem dúvida nenhuma, e agora é ver os próximos dias, como será o comportamento das chuvas, mas podemos afirmar que os números já nos permitem constatar perdas sérias", explica o engenheiro agrônomo Charles Anderson Wolmann.  "E não podem ser chuvas com volumes baixos. A necessidade de umidade aqui é de 100, 130, 150 mm para tentar recuperar parte do prejuízo que já estão constatados". 

O consultor técnico da Big Safra, Paulo Veiga, destaca ainda que é possível perceber que os investimentos nas lavouras de soja e milho nesta temporada também foram menores em algumas áreas - em função da atual situação do produtor argentino fragilizada por outros fatores além da seca - e os resultados no campo também refletem esse quadro. 

"Tivemos muito carinho e muito cuidado para buscar relatar a média do que observamos em cada lugar para que seja uma informação confiável para o produtor tomar suas decisões", concluiu Emerson Pscheidt, produtor rural em Rio Negrinho/SC, que também acompanhou o Crop Tour Argentina 2023. 

>> Clique AQUI e acompanhe em tempo real a chegada das informações do Crop Tour Argentina 2023 

>> E acompanhe também pelas redes sociais do Notícias Agrícolas

Por: Carla Mendes e Daniel Olivi | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

FPA participa do Salão Internacional de Proteína Animal (SIAVS)
Em audiência no Supremo, CNA defende constitucionalidade da lei do marco temporal
Análise de dados pode trazer mais segurança e adesão às práticas de barter no agronegócio brasileiro, explica Serasa Experian
Brasil lidera iniciativa de logística reversa de embalagens de agroquímicos
Projeto dispensa reconhecimento de firma para registro de imóvel rural
Em São Paulo, Fávaro exalta a sanidade animal e os cuidados que o Brasil tem para evitar riscos