Recuperação da soja foi boa na Argentina depois das últimas chuvas, mas não se sustenta caso tempo continue quente e seco, diz representante comercial da Nidera

Publicado em 10/02/2022 12:31 e atualizado em 11/02/2022 10:10
Notícias Agrícolas entrevista representante da Nidera Sementes para ouvir seus relatos sobre as visitas que fez em lavouras argentinas. Torino destaca irregularidade da safra 2021/22, como já noticiado pelo time do Crop Tour, bem como a necessidade de chuvas nos próximos dias, o que ainda não aparece nos mapas climáticos.
Damian Torino

O Crop Tour 2022 continua a percorrer as lavouras argentinas, checando o desenvolvimento das áreas de soja e milho do país. Na cidade de 9 de Julio, que fica na província de Bueno Aires, as plantações estão conseguindo um bom desenvolvimento, apesar de algumas perdas para a estiagem que afeta a Argentina. É o que afirma Damian Torino, gerente comercial da Nidera, empresa argentina produtora de sementes.  "Há cerca de 15 dias, o regime de chuvas aqui mudou e as lavouras responderam bem ao aumento de umidade, mas no caso da soja, estimamos perdas de cerca de 10%", disse.

Segundo ele, as regiões mais afetadas pela seca e pelas altas temperaturas dos últimos meses foram Entre Rios, sul de Córdoba, norte de Buenos Aires e sul de Santa Fé. Por outro lado, regiões como o sudoeste de Córdoba, o noroeste de Buenos Aires e a região de 9 de Julio estão em melhores condições. A queda na produtividade ocorre devido ao abortamento de flores das lavouras de soja, principalmente no baixeiro das plantas.

Já para o milho, os estandes de 1ª safra, plantados entre agosto e setembro do ano passado, se perderam quase que completamente, principalmente nas áreas de Entre Rios e partes de Córdoba. Essas plantas sofreram muito com a estiagem e não deve haver colheita nas regiões mais afetadas, que são praticamente as mesmas que as da soja. Já a 2ª Safra, que é equivalente a safrinha brasileira, se desenvolve melhor, já que conseguiu aproveitar a umidade das chuvas recentes. Porém, as áreas da soja de segunda onde a qualidade do solo é inferior são as que registram perdas quase que totais nas regiões afetadas pela seca. 

No entanto, para que a safra argentina tenha resultados satisfatórios, é necessário que haja continuidade das chuvas, que ainda estão muito irregulares. Assim como no caso do milho, o país adota a soja em segunda safra e para o bom desenvolvimento dessas lavouras, a umidade favorável será essencial.

Por: Daniel Olivi
Fonte: Notícias Agrícolas

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