Bayer e Itaú BBA avançam na oferta de crédito de carbono e abrem leque de opções do mercado financeiro para o agronegócio brasileiro

Publicado em 22/07/2021 11:49
Entrevista com Fábio Passos e Guilherme Pessini - Dir. Negócio de Carbono Bayer e Superint. de Agronegócio do Itaú BBA
Agricultura de Baixo Carbono

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Agricultura de Baixo Carbono

Em 2020, foi lançado o projeto inicial da iniciativa Carbono Bayer, que só no Brasil contou com mais de 400 produtores, com foco em soja e milho, em 15 estados, ultrapassando 80 mil amostras de solo analisadas. A partir dos avanços e aprendizados do primeiro ano, o programa entra agora em um novo momento, que contemplará um número ainda maior de agricultores.

Assim como ocorreu na primeira fase, os produtores do PRO Carbono precisam atender a pré-requisitos de conformidade social e ambiental — entre eles, respeito ao código florestal, às áreas de preservação e não estar em área indígena ou quilombola. Também é necessário ser usuário ou aderir à licença Plus da plataforma de agricultura digital Climate FieldView™, fundamental para coleta, análise e rastreabilidade dos dados e que pode ser obtida gratuitamente por clientes com três ou mais estrelas no programa de relacionamento Impulso Bayer.

Os agricultores selecionarão um talhão de mais de 30 hectares para participar do programa durante três anos. Um serviço de consultoria dará o apoio necessário para que cada participante adote um rol de práticas de manejo sustentáveis, como plantio direto, cultivo de cobertura e/ou rotação de cultura, e de impulsionadores de produtividade e carbono (como otimização do uso de fertilizantes, adoção de biotecnologia, soluções de proteção de cultivos e ajustes de densidade no plantio).

Desafios e parcerias

A Bayer lidera os esforços para, com base em trabalho colaborativo, ciência e tecnologia de ponta, construir um ecossistema de carbono na agricultura brasileira, junto com produtores rurais e parceiros. Por meio do PRO Carbono, oferece ao agricultor um modelo economicamente atrativo, no qual a sustentabilidade é indispensável e em que atores — indústrias, bancos, governo, acadêmicos, entre outros — se conectam e criam soluções que vão além da cadeia agrícola.

Junto com a intensificação de práticas sustentáveis e o aumento de produtividade, os produtores que integrarem o ecossistema de carbono poderão ter acesso a benefícios oferecidos por apoiadores da iniciativa. A primeira instituição a anunciar apoio é o banco Itaú BBA, que está comprometido em construir uma solução de financiamento para apoiar os clientes do programa Carbono Bayer, com vistas a melhorar suas práticas agronômicas e reduzir a pegada de carbono.

O caráter inédito da iniciativa traz uma série de desafios, como a barreira técnica e científica do carbono na agricultura e a necessidade de desenvolver metodologias de mensuração de carbono acessíveis, escaláveis, com custos viáveis e aceitas pelos mercados internacionais e pela comunidade científica.

Para o enfrentamento desses desafios, destaca-se a participação da Embrapa, que envolve três centros de pesquisas nessa parceria público-privada: Embrapa Informática Agropecuária, Embrapa Instrumentação e Embrapa Meio Ambiente. A Empresa possui vasta expertise e lidera, há mais de duas décadas, pesquisas nas áreas de mudanças climáticas globais e agricultura, em sistemas produtivos nos diferentes biomas brasileiros, com relevantes resultados sobre sequestro de carbono no solo.

No projeto de pesquisa desenvolvido com a Bayer, a Embrapa contribui com tecnologias que incluem métodos analíticos inovadores. Assim, deve gerar rigorosas avaliações de ciclo de vida dos sistemas de produção considerando as emissões e remoções em toda a cadeia de produção agrícola, com foco na consolidação do mercado de carbono e descarbonização da economia.

A Embrapa também contribuirá na vertente de Agricultura Digital, com métodos inéditos de modelagem e simulação computacional acoplada a algoritmos inteligentes de última geração, que proporcionarão credibilidade e economia à quantificação do carbono em grande escala. Aliado a isso, todo o trabalho é validado com um olhar independente de um time de experts formado por pesquisadores ligados a instituições renomadas, como Esalq/USP, Unesp, UEPG, UFRGS e UFMG.

Complementam a lista de parceiros a Federação Brasileira do Sistema de Plantio Direto, responsável por nivelar e disseminar informações sobre as melhores práticas de manejo, além de startups e consultorias que tornarão possível cocriar o ecossistema de carbono e potencializar os resultados.

 

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