Novo boletim do USDA deve mexer nos números do farelo de soja; BR e Argentina em evidência
O novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) vem aí! Os dados atualizados chegam nesta quarta-feira, 8 de março, às 14h (horário de Brasília), e por mais um mês as principais atenções estão voltadas para o cenário da América do Sul, segundo explicam analistas e consultores de mercado. Além de soja, milho, trigo e algodão, as informações sobre os derivados de soja, em especial o farelo, estão na conta e causam ansiedade.
CENÁRIO DO FARELO DE SOJA
"Um número que não se viu ainda muita especulação sobre ele ainda é o que virá sobre a produção de farelo, tanto na Argentina, quanto no Brasil. E acima disso tudo, as exportações", afirma o analista de mercado Ronaldo Fernandes, da Royal Rural. O executivo lembra que, mesmo com todos os problemas que enfrenta a produção argentina, os relatórios anteriores não apresentavam uma oferta muito menor do derivado, o que dá espaço ao ajuste.
O mesmo se dá para as exportações argentinas, com o número de fevereiro apontando 26,2 milhões de toneladas. Para o Brasil, as vendas externas estão estimadas pelo USDA, até este momento, em 21 milhões de toneladas, com uma produção de quase 41 milhões.
"Ou seja, o Brasil ele tem condição, não só de cobrir o que a Argentina for cobrir em produção de grão in natura, mas também na produção de farelo. Nesta temporada, o Brasil tem potencial em superar a Argentina na exportação de farelo. Então, é uma notícia que ainda não foi digerida pelo mercado", complementa Fernandes. "Mas se formos olhar para essa quebra tamanha que a Argentina está esperando para essa safra, só olhando para o grão, isso tem que afetar em seu processamento, em sua exportação de produto acabado. Então, como o Brasil é o próximo na lista de exportação de soja processada".
Assim, a expectativa do mercado é de que haja uma redução na projeção para a produção de farelo argentino é de cerca de quatro milhões de toneladas, e essa "falta" tem que ser, como explica o analista, compensada em algum lugar e o Brasil fica em evidência.
SOJA E MILHO - NÚMEROS DA AMÉRICA DO SUL
Assim, a produção de soja na América do Sul também é bastante aguardada pelo mercado. As expectativas do mercado variam de 32 a 40 milhões de toneladas, com média de 36,65 milhões. O número do mês passado foi de 41 milhões de toneladas. Para o milho, o intervalo esperado é de 41 a 46 milhões de toneladas, com média de 43,41 milhões e frente ao número anterior de 47 milhões.
Consultorias privadas e as instituições argentinas, porém, já esperam uma colheita de soja de menos de 30 milhões e de milho de menos de 40 milhões de toneladas.
Para o Brasil, a média esperada é de 152,91 milhões de toneladas, com as projeções do mercado variando de 151 a 154,66 milhões. Em fevereiro, o USDA trouxe a safra brasileira estimada em 153 milhões de toneladas. Sobre o milho, o mercado espera algo entre 122 e 130,61 milhões de toneladas, com a média esperada em 124,86 milhões. No reporte passado, a estimativa foi de 125 milhões de toneladas para a produção brasileira de milho.
ESTOQUES FINAIS DOS EUA
Os estoques finais de soja dos EUA têm média esperada pelo mercado em 5,99 milhões de toneladas, ligeiramente menor do que o que número do mês passado de 6,12 milhões. O intervalo varia de 5,44 a 6,80 milhões.
Já os estoques finais de milho são esperados em 33,22 milhões de toneladas, na média das expectativas, contra os 32,18 milhões do reporte anterior. Os números esperados pelo mercado variam de 32,51 a 34,55 milhões de toneladas.
De trigo, o mercado aposta em um intervalo de 15,16 a 16,66 milhões de toneladas, com média de 15,59 milhões e frente ao estimado em fevereiro de 15,46 milhões.
ESTOQUES FINAIS GLOBAIS
As expectativas para os estoques finais globais de soja têm trabalhado em um intervalo de 268 a 271,28 milhões de toneladas, com média de 269,44 milhões. Há um mês foram estimadas 269,34 milhões.
Para o milho, o intervalo em que trabalham as projeções do mercado é de 287 a 296 milhões, com média de 293,17 milhões, a qual seria ligeiramente menor do que o dado do mês passado de 295,28 milhões.
O mercado espera ainda por estoques finais de trigo variando de 268 a 271,28 milhões de toneladas. A média esperada é de 269,44 milhões, alinhada com a estimativa anterior de 269,34 milhões.