USDA: Preços da soja disparam em Chicago com redução na produção e nos estoques. Números vieram abaixo do esperado pelo mercado
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou seu novo boletim mensal de oferta e demanda reduzindo as safra de soja do país. Os números atuais, vieram abaixo das expectativas do mercado e as cotações sobem expressivamente na Bolsa de Chicago.
Por volta de 13h10 (horário de Brasília), os futuros da soja subiam entre 13 e 16 pontos, suas máximas e superando os US$ 10,60 nas posições mais negociadas. O novembro negociado a US$ 10,64 e o maio/21, US$ 10,32 por bushel.
Milho também teve redução de produção e estoque, mas alta das cotações foi mais contida com variações entre 7 e 8 pontos nos principais vencimentos.
SOJA EUA
A produção norte-americana 2020/21 de soja foi estimada em 116,16 milhões de toneladas, contra 117,38 milhões de toneladas em setembro. O mercado esperava algo em torno de 116,75 milhões de toneladas. A produtividade foi mantida em 58,17 sacas por hectare, contra 58,17 do boletim de setembro.
Os estoques finais de soja da nova safra foram estimados em 7,89 milhões de toneladas, contra 12,52 milhões do mês passado. A média das expectativas era de 9,8 milhões. O esmagamento e as exportações de soja dos EUA 59,33 ( mantido) e 59,87 ( em alta) milhões de toneladas respectivamente.
SOJA MUNDO
A produção mundial de soja reduziu, ficando em 368,5 milhões de toneladas, contra 369,74 milhões de setembro. Os estoques finais mundiais passaram de 93,59 para 88,7 milhões de toneladas. Bem abaixo da média esperada pelo mercado que era de 91,3 milhões de toneladas.
A safra do Brasil foi estimada em 133 milhões de toneladas, o mesmo valor divulgado no boletim do mês passado. O USDA também manteve a safra da Argentina em 53,5 milhões de toneladas.
MILHO EUA
No milho, a safra 2020/21 reduziu de 378,48 para 374 milhões de toneladas, queda de 4,5%. Os estoques americanos de milho também caíram bastante de 63,6 para 55 milhões de toneladas , um recuo de 8,5%. Apesar da boa queda, o mercado esperava que os números chegassem aos 53,9 milhões de toneladas.
Do lado da demanda, o USDA reduziu o uso do cereal para a produção de etanol, que ficou em 128,28 milhões de toneladas contra 129,55 milhões de toneladas do boletim anterior. Em contrapartida, manteve as exportações em 59,06 milhões de toneladas.
- MILHO MUNDO
A produção mundial de milho reduziu nas projeções do USDA ficou em 1.158,8 bilhão de toneladas, com os estoques finais em 300,5 milhões de toneladas. Há um mês, foram 1.162,38 bilhão de toneladas de safra global e 306,79 milhões de estoques finais.
O USDA manteve a safra do Brasil em 110 milhões de toneladas. Produção argentina também foi mantida em 50 milhões de toneladas
USDA mantém projeções para safra e exportação de soja do Brasil em 2020/21
(Reuters) - Com o plantio atrasado em função da seca, o Brasil deve ter produção de soja de 133 milhões de toneladas em 2020/21, projetou nesta sexta-feira o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), que manteve as estimativas estáveis em relação ao levantamento divulgado em setembro.
O órgão norte-americano também deixou inalteradas as projeções para a exportação da oleaginosa do Brasil, em 85 milhões de toneladas para 2020/21.
Na ponta da demanda, o USDA elevou em 1 milhão de toneladas a estimativa de importação de soja da China, maior comprador da commodity no mundo, para 100 milhões de toneladas em 2020/21.
O USDA também indicou uma redução nos estoques globais da temporada, de 93,59 milhões de toneladas vistos em setembro para 88,7 milhões na análise de outubro.
Na mesma linha da soja, a safra brasileira de milho foi estimada em 110 milhões de toneladas para 2020/21, estável em relação ao levantamento de setembro.
Brasil precisa diversificar exportações de soja para além da China, diz ministra
(Reuters) - O Brasil tem que buscar novos mercados e diversificar suas vendas externas de soja, hoje muito concentradas na China, defendeu nesta sexta-feira a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, durante entrevista transmitida online.
"No caso da soja, hoje a gente exporta 80% para a China. Nós precisamos diversificar isso mais, então nós estamos aí conversando com muitos países", afirmou.
"A soja brasileira é muito boa, porque ela tem mais óleo que a soja produzida em países temperados, então ela é mais produtiva, rende mais. Temos aí grandes oportunidades", acrescentou a ministra, sem dar mais detalhes.
Os comentários vieram enquanto a ministra destacava esforços para abrir novos mercados para os produtos agrícolas do Brasil em geral.
"Estamos abrindo novos mercados, em países que nunca tínhamos exportado e também produtos que a gente nunca tinha exportado", disse.
Ela falou em entrevista ao Blog do Magno, transmitida ao vivo pelas redes sociais.
Vendas da safra de soja 2020/21 do Brasil atingem 50% da produção, diz Datagro
SÃO PAULO (Reuters) - As vendas da safra de soja 2020/21 do Brasil atingiram até 2 de outubro 50% da produção esperada, o que equivale a 65,65 milhões de toneladas, disse nesta quinta-feira a consultoria Datagro, indicando avanço de 3,3 pontos percentuais em relação à estimativa do último mês.
A empresa destacou que o fluxo para o período segue "absolutamente recorde", superando o nível de 39,5% registrado em 2016, máxima histórica anterior. No mesmo momento da safra passada, 30% do volume havia sido comercializado, enquanto a média para o período aponta para 26,7%.
Nas últimas semanas, porém, o ritmo das vendas diminuiu, uma vez que os produtores buscam aproveitar os momentos de reação das cotações, afirmou a Datagro.
"As vendas começaram já no ano passado, especialmente nas duas últimas semanas de agosto, na primeira de setembro, nas três primeiras semanas de outubro e espalhadas por novembro. Refletindo basicamente os movimentos da taxa de câmbio", disse em nota o coordenador da Datagro Grãos, Flávio França Junior.
"Entre dezembro de 2019 e todo o ano de 2020 houve momentos de venda com picos alternados na CBOT (bolsa de Chicago, onde é negociada a referência da soja nos Estados unidos), prêmio e câmbio", acrescentou.
A Datagro projeta uma safra de 131,69 milhões de toneladas de soja no Brasil nesta temporada.
Além das vendas da safra atual, o Brasil também já registra comercializações para a temporada 2021/22 da oleaginosa, que será plantada somente a partir de setembro do próximo ano. As operações, segundo a Datagro, estão concentradas em Mato Grosso (5% a 7% da safra compromissada), Minas Gerais (3% a 5%) e Goiás (1% a 2%).
Cenário para preço de grãos ganha força no Brasil após dados do USDA, diz Itaú BBA
SÃO PAULO (Reuters) - O cenário para os preços dos grãos no mercado brasileiro ganhou mais força após o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) apontar estoques norte-americanos inferiores às expectativas, avaliou nesta o gerente de Consultoria Agro do Itaú BBA.
O USDA informou na quarta-feira que os estoques de soja dos EUA somavam 523 milhões de bushels em 1º de setembro, as reservas de milho, 1,995 bilhão de bushels, e as trigo figuravam em 2,159 bilhões de bushels --nas três commodities, os volumes vieram abaixo das projeções.
"Veio um número que acabou surpreendendo o mercado... isso acaba tendo como consequência uma perspectiva de estoques de passagem para 2020/21 menores nos EUA, reduziu o conforto do balanço norte-americano, isso acabou abrindo espaço para altas nas cotações", disse Guilherme Bellotti, à Reuters.
Os contratos futuros de milho, soja e trigo negociados na bolsa de Chicago dispararam nesta quarta-feira.
Para o Brasil, a situação nos EUA permite fortalecimento de preços porque as altas na bolsa de Chicago puxam para cima as paridades de exportação.
Isso, combinado com a taxa de câmbio, representa impulso adicional para as cotações do mercado brasileiro, comentou o consultor.
"Quem tem soja, tem ouro", afirmou ele, em referência aos baixos estoques da oleaginosa, após um ano de forte demanda externa e interna, que reduziu expressivamente os estoques.
Os preços da soja no Brasil estão próximos aos maiores patamares da história, sendo cotados no porto de Paranaguá perto de 150 reais a saca. Isso se reflete nos derivados, com o óleo no maior nível em quase 18 anos.
No caso do milho, a realidade é semelhante, mais há mais disponibilidade, comentou ele, lembrando da segunda safra recém-colhida.
"Pode abrir espaço para aumentar as exportações, o fato é que o mercado doméstico está comprando bastante, o resultado é preço bastante alto no Brasil", disse Bellotti, ao ser questionado se as vendas externas do cereal poderiam surpreender, diante da situação relatada nos EUA.