Apesar de tensões acirradas, China compra soja e mais de 1 mi de t de milho dos EUA
Apesar do desalinhamento ainda muito nítido nas relações entre China e Estados Unidos, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou novas vendas americanas de milho e soja para a nação asiática nesta terça-feira (14). A notícia ajuda as cotações das duas commodities ao menos a manterem sua estabilidade na Bolsa de Chicago, em campo positivo, depois de perdas de mais de 1% na sessão anterior.
De acordo com o reporte, foram 1,762 milhão de toneladas de milho e 129 mil toneladas de soja, ambos os volumes sendo da safra 2020/21. Todas as vendas feitas no mesmo dia, para o mesmo destino e com volume igual ou superior a 100 mil toneladas devem ser informadas ao departamento.
Ainda nesta terça, foram informados os números das importações de soja pela China em junho, pela Administração Geral de Alfândegas do país, os quais bateram todos os recordes. Foram 11,16 milhões de toneladas, contra 6,51 milhões do mesmo mês de 2019 e frente as 9,38 milhões de maio.
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Aos poucos, os chineses vão migrando sua demanda para a soja norte-americana, mas ainda realizam compras de volumes limitados a cada nova operação, sem potencial para mexer muito com o mercado. A maior parte da oleaginosa, que continua chegando ao país asiático, todavia, ainda tem origem no Brasil.
E com estes carregamentos chegando à China, os estoques de soja no país já alcançam 5,63 milhões de toneladas nas regiões costeiras, 32% maiores do que no ano anterior, neste mesmo período, de acordo com informações da consultoria local Cofeed.
À Reuters China, Xie Hullian, analista da consultoria, explica que a "a principal razão (para os elevados volumes de soja do Brasil chegando à China) é que os grãos brasileiros estavam baratos e as margens de processamento em junho estavam realmente boas, então processadores agendaram um monte de cargas".