USDA pode reduzir estoques de soja dos EUA e aumentar safra do BR
O novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) chega nesta quinta-feira (8) e a expectativas são grandes e já têm mexido com o mercado de grãos na Bolsa de Chicago nesta semana. Para o analista de mercado sênior do portal DTN, Darin Newsom, o órgão deverá, finalmente, revisar as exportações norte-americanas, bem como os estoques finais domésticos e globais dos grãos.
As vendas para exportação de soja e milho dos Estados Unidos nesta temporada têm corrido bem acima do registrado no ano comercial 2015/16 e por isso sugerem estas mudanças esperadas pelo mercado. No caso do cereal, o volume já comprometido este ano supera em 65% o do anterior e, para a oleaginosa, algo perto de 21% a mais.
Assim, consequentemente, é esperada ainda uma redução nos estoques norte-americanos de ambos os produtos, com as médias projetadas - de 59,49 milhões de toneladas para o milho e de 11,13 milhões para a soja - abaixo dos dados trazidos no relatório de janeiro. O intervalo esperado para o milho é de 57,15 a 61,34 milhões de toneladas e, para a soja de 10,12 a 12,19 milhões.
"Com esses dados, e o fato de que o mercado estaria próximo de um 'meio-termo' para ambas as culturas, o tempo para o USDA mudar suas projeções de demanda chegou. Se isso não acontecer ou se confirmar de forma moderada como sugerem as estimativas pré-relatório, isso implicaria dizer que continua a preocupação sobre uma demanda mais lenta do que o normal para a soja e o milho nesta segunda metade do ano comercial como é típico para o período?", questiona Newsom.
Produção Global
Soja - Para o analista a produção global de soja deverá ser um dos itens mais analisados deste boletim de fevereiro. Os últimos meses têm trazido um foco maior sobre a safra da América do Sul, com as elevadas projeções para a colheita do Brasil, que conta de fato com um potencial bastante forte nesta temporada, ao passo em que a da Argentina ainda inspira muitas incertezas após as adversidades climáticas.
A média das estimativas para a produção do Brasil é 104,1 milhões de toneladas e, da Argentina, são esperadas 54,3 milhões. No último reporte, esses números vieram em, respectivamente, 104 milhões e 57 milhões de toneladas. Apesar disso, o analista da DTN acredita ainda que para a produção brasileira essa projeção poderia chegar aos 105 milhões de toneladas.
Milho - Para o milho, a expectativa é de que a safra do Brasil cresça ligeiramente, de 86,5 milhões para 86,9 milhões de toneladas. Em contrapartida, há a possibilidade de que o número caia de 36,5 milhões para 35,7 milhões de toneladas.
Estoques Mundiais
Sobre os estoques mundiais de soja, para este reporte da quinta-feira, as projeções têm variado de 78,9 milhões e 83 milhões de toneladas, com a média de 81,3 milhões menor do que o número de janeiro, de 82,3 milhões de toneladas. No milho, esses números têm variado de 218 milhões a 225,1 milhões de toneladas, com média de 220,6 milhões de toneladas. No boletim anterior, o número reportado para o cereal foi de 221 milhões.