EUA 2016/17: USDA estima aumento de área, produção e estoques de milho e redução na soja
Nesta terça-feira (10), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) deixou o conservadorismo de lado e fez correções significarivas nos números da soja e do milho da safra 2015/16, principalmente do quadro mundial, além de confirmar a possibilidade de uma produção menor da oleaginosa na temporada 2016/17 no país. Os números mexeram com o mercado e os futuros da soja dispararam, chegando a subir mais de 50 pontos na Bolsa de Chicago, enquanto os ganhos do milho passavam de 9 pontos.
Soja EUA
A produção esperada veio em 103,42 milhões de toneladas e o número ficou dentro das expectativas do mercado - de 100,78 milhões a 106,96 milhões de toneladas, porém, abaixo da 2015/16, de 106,93 milhões de toneladas.
A produtividade foi estimada em 52,95 sacas por hectare, contra 54,42 sacas da temporada anterior. Enquanto isso, a área plantada caiu para 33,27 milhões de hectares e a colhida, para 32,94 milhões, com baixas de, respectivamente, 0,60% e 0,48% em relação à temporada 2015/16.
Os estoques finais norte-americanos da safra 2016/17 vieram estimados pelo USDA em 8,03 milhões de toneladas, 33,69% menores do que os da safra 2015/16, de 12,11 milhões. As expectativas do mercado variavam entre 6,75 milhões e 20,36 milhões de toneladas, com a média espera de 11,62 milhões.
Outro destaque no cenário norte-americano foram os números da demanda, que subiram de forma bastante signficativa. Para o esmagamento, o aumento esperado é de 2,42% - de 50,89 milhões para 52,12 milhões de toneladas, enquanto as exportações deverão subir 10,56%, de 46,4 milhões, para 51,3 milhões de toneladas.
Soja Mundo
Além disso, o USDA ainda reduziu de forma bastante expressiva os números do quadro mundial. A produção global de soja da safra 2015/16 foi corrigida de 320,15 milhões para 315,86 milhões de toneladas e, assim, os estoques caíram de 79,02 milhões para 74,25 milhões de toneladas.
No entanto, se espera uma produção 2,64% maior na temporada 2016/17, de 324,2 milhões de toneladas e, em contrapartida, uma baixa nos estoques globais de 8,13% para 68,21 milhões de toneladas.
Os números da safra atual da América do Sul também foram ajustados. As produções do Brasil e da Argentina recuaram para, respectivamente, 99 milhões e 56,5 milhões de toneladas, e os estoques para 16,3 milhões e 26,8 milhões de toneladas. Para a nova safra, porém, se espera uma colheita 4,04% maior no Brasil, de 103 milhões de toneladas, e 0,88% na Argentina, para 57 milhões.
Na China, destaque para o aumento esperado para suas importações de uma temporada a outra, que pe de 4,82%. As compras da nação asiática passariam, portanto, de 83 milhões para 87 milhões de toneladas.
Compare, na tabela a seguir, os números das safras 2015/16 e as estimativas para a 2016/17:
Milho EUA
A nova safra de milho dos Estados Unidos é destaque entre as informações do cereal no boletim desta terça-feira. O USDA confirmou a preferência dos produtores norte-americanos, que apostarão mais nessa cultura em detrimento da soja.
A produção de milho do país, em relação à temporada 2015/16, deverá crescer cerca de 6,10% para chegar a 366,54 milhões de toneladas. As projeções do mercado oscilavam entre 345,21 milhões e 366,57 milhões de toneladas, contra as 345,08 milhões colhidas no ano passado. A média esperada é de 367,08 milhões e, no Outlook, o número estimado foi de 351,17 milhões.
Apesar de uma redução da produtividade esperada em 0,24% para 177,8 sacas por hectare, as estimativas para as áreas plantadas e colhidas compensam, já que devem crescer, respectivamente, 6,37% e 6,43%, para 37,88 milhões e 34,76 milhões de hectares.
Os estoques, portanto, também deverão ser maiores. O USDA estimou os da safra 2015/16 em 45,8 milhões de toneladas e os da 2016/17 em 54,69 milhões de toneladas, um aumento de 19,41%. As expectativas do mercado variavam entre 41,68 milhões de 64,7 milhões de toneldas. A média era de 56,59 milhões.
Por outro lado, o uso do cereal para a produção de etanol deverá ser maior também - 134,63 milhões de toneladas - bem como as exportações dos EUA, que poderão alcançar as 48,26 milhões de toneladas.
Milho Mundo
No quadro global, o destaque ainda é o ajuste feito para os números da Argentina e do Brasil. A produção brasileira caiu de 84 milhões para 81 milhões de toneladas, enquanto argentina foi de 28 milhões a 27 milhões de toneladas. Seus estoques finais também foram reduzidos de 6,51 milhões para 5,94 milhões de toneladas e de 1,62 milhão para 1,61 milhão de toneladas.
Já para a temporada 2016/17 são esperadas 82 milhões de toneladas de milho do Brasil e mais 34 milhões da Argentina. Assim, a nova safra mundial é esperada em 1.011,07 bilhão de toneladas e os estoques em 207,04 milhões de toneladas, com, respectivamente, 4,36% de aumento e 0,40% de redução em relação à temporada anterior.