Comercialização do trigo no Brasil é lenta em março e Argentina exporta maiores volumes
O mercado brasileiro de trigo manteve o ritmo lento de comercialização no mês de março. O cenário é o mesmo dos últimos meses, com o foco sobre as safras de verão. Além de os produtores estarem voltados aos tratos culturais e à colheita da soja e do milho, principalmente, os moinhos estão bem abastecido e demandam pouco, e a logística do país está toda ocupada para o escoamento da soja.
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Neste mês, o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, chamou a atenção para as exportações de trigo da Argentina, que estão em ritmo mais acelerado na comparação com o ano passado, em virtude da ampla oferta nesta safra. O país precisa ser mais agressivo nas suas vendas externas e vem fornecendo o cereal a novos compradores. O Brasil responde por um volume proporcionalmente baixo deste aumento interanual. Não há preocupação quanto a um desabastecimento no Brasil, mas o cereal argentino pode ir para outros destinos, fazendo com que a indústria brasileira precise importar de origens alternativas ao país vizinho.
Intenção de plantio
Nesta semana, Safras & Mercado divulgou sua primeira estimativa de intenção de plantio para a safra 2024/25 de trigo no Brasil. Os produtores brasileiros devem reduzir a área de cultivo de trigo em 12,3% em 2024. No total, as terras cobertas com a cultura devem atingir 2,968 milhões de hectares, recuando 416 mil hectares em relação aos 3,384 milhões de hectares da safra passada.
A maior queda estimada é para o Rio Grande do Sul. O analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, lembra que os gaúchos foram os mais afetados pelo clima adverso no ano passado. “No inverno, as temperaturas elevadas aumentaram a incidência de doenças. No momento da colheita, o excesso de chuva derrubou a qualidade e, em alguns casos os produtores optaram por não colher”, disse. Assim, essa memória recente deve levar a uma queda de 217 mil hectares da área plantada (-15%), de 1,450 milhão de hectares para 1,233 milhão de hectares.
Os paranaenses devem reduzir a área em 14,2%, de 1,340 milhão de hectares para 1.150 milhão de hectares (190 mil hectares). “Nesse estado, as principais perdas pelo excesso de chuva ocorreram na região dos Campos Gerais, onde o plantio é mais tardio. Para a safra atual, estima-se que o trigo perca espaço para o milho safrinha. Contudo, há reportes de redução da venda de sementes do cereal de verão em cerca de 15%. Se o produtor plantará trigo nessas áreas que seriam destinadas ao milho ou deixará optará por uma cobertura, ainda não se sabe”, explicou o analista.