Câmara Setorial da SAA tem contribuído para crescimento da produção paulista de trigo

Publicado em 11/03/2024 11:31
Nos últimos dez anos, as safras vêm crescendo e já estão cinco vezes maiores, com a produção de trigo de qualidade para atender a demanda da indústria.

O trigo é uma commodity fundamental para a segurança alimentar do mundo, é o segundo cereal mais consumido pela humanidade, atrás apenas do milho.  Há anos, o Brasil busca se aproximar da autossuficiência, para atender o mercado nacional sem recorrer à importação.

Com o objetivo de discutir as projeções do cereal no Estado, considerando panoramas nacionais e internacionais, a Câmara Setorial do Trigo, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, se reuniu recentemente no município de Capão Bonito. O encontro contou com a participação de representantes de toda a cadeia produtiva do grão, como empresas e cooperativas ligadas ao setor.

“Desde a reativação dessa câmara, em 2013, a produção tem aumentado. Saímos de aproximadamente 90 mil para 500 mil toneladas na safra 23/24, registrando volume recorde produzido no Estado, com qualidade adequada às necessidades da indústria moageira”, destacou o presidente da Câmara Setorial do Trigo, Nelson Montagna, supply manager do Moinho Anaconda. Segundo ele, o objetivo do setor é atender a demanda paulista, que é da ordem de 1,5 milhão de toneladas.

Uma das pautas da reunião foi o clima, que prejudicou a safra. No ano passado, a produção doméstica estava alta, com números recordes. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), em 2022 foram colhidas 10,55 milhões de toneladas do cereal no país, quantidade que se aproximava dos cerca de 12 milhões consumidos internamente.

Porém, o cenário não se manteve. O clima adverso provocou quebras, tanto em volume, quanto em qualidade, principalmente no Rio Grande do Sul, maior produtor do grão no Brasil, gerando uma colheita de 8 milhões de toneladas. Em São Paulo, a estimativa é de que a próxima safra tenha redução de 20% da área produtiva, com produtores substituindo o trigo por outras culturas devido às oscilações dos preços — o que também está ocorrendo com milho e soja.

Por isso, a importação do trigo de qualidade voltou a crescer. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a quarta semana de fevereiro deste ano, as importações brasileiras de trigo somaram 439,02 mil toneladas, muito acima das 291,63 mil toneladas registradas em todo o mês de fevereiro do ano passado. Grande parte das importações vem da Argentina, seguida por Uruguai e Itália.

No último encontro da câmara, também foram avaliadas as sementes disponíveis para cultivo na próxima safra, com o apoio de profissionais da OR Sementes e da Biotrigo/GDM, além de uma apresentação sobre a importância do manejo adequado do grão no pós-colheita. “A importância da CS do Trigo está na busca pela harmonia entre o setor de produção e a indústria, no que tange ao entendimento sobre a comercialização e aos requerimentos de qualidade. O suporte da Secretaria de Agricultura, nos últimos 10 anos de Câmara Setorial, foi fundamental para a triticultura paulista”, afirmou Montagna.

A maior parte da produção do grão é destinada à fabricação de farinha, principal matéria-prima da indústria de massas e, principalmente, do pão, um dos alimentos mais consumidos no mundo. Vale ressaltar, que a produção do trigo no Estado está localizada, principalmente, nas regiões de Sorocaba e Campinas e a capacidade de moagem, processo que seleciona as partes do trigo para fazer as farinhas, está instalada na Região Metropolitana de SP e em Santos.

Fonte: Secretária de Agricultura de SP

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Condições climáticas variáveis dificultam plantio do trigo no RS
Hedge de trigo permite lucratividade mesmo em períodos de incerteza
Chuva alivia lavouras de trigo no Sul e Centro-Sul do Brasil, aponta EarthDaily Agro
Pesquisa indica momento e quantidade de água ideais para irrigação do trigo no Cerrado
Trigo/Cepea: Perspectivas entre agentes diferem, e preços variam
CNA participa de reunião da Câmara Setorial de Culturas de Inverno