Área de trigo na Argentina pode ter aumento de 3,5% ou queda de 5%, a depender do clima, diz Bolsa de Buenos Aires
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires estimou que a superfície de trigo na Argentina poderá ter um aumento de 3,5%, com um novo recorde, se o regime de chuvas que melhorou a partir de abril continuar marcando presença.
Caso contrário, se a evolução climática não acompanhar durante a janela de plantio, a área poderá ter uma redução de 5%.
De acordo com a entidade, foram plantados 5,7 milhões de hectares com o cereal no ano passado. A perspectiva para a próxima safra é que esse número aumente para 5,9 milhões de toneladas com chuvas favoráveis ou que caia para 5,4 milhões de hectares se a água continuar escassa.
Panorama climático
Segundo o boletim de pré-campanha da Bolsa, embora tenham sido registradas chuvas sobre o centro e o sul da área agrícola nacional nos últimos dias, grande parte do norte argentino mantém um estado hídrico regular a escasso que limitaria a expansão do cereal.
Sobre as regiões do Nordeste e do Noroeste argentino, os trabalhos de plantio se estenderiam entre os meses de maio e junho e, se não forem registradas chuvas nas próximas semanas, o plantio das primeiras áreas poderia atrasar, impactando sobre a intenção de plantio final.
Em paralelo, grande parte do norte de Córdoba, centro-leste de Entre Ríos e norte de Santa Fe também apresentam uma situação hídrica desfavorável para o começo da campanha de trigo, embora nessas regiões ainda faltem algumas semanas para os primeiros plantios. Por essa razão, diante de uma melhora de umidade, o cereal poderia registrar uma expansão.
No núcleo trigueiro do centro e do sudeste de Buenos Aires, se as chuvas deste mês forem mantidas, os trabalhos de plantio começariam em junho com aumento interanual na superfície, principalmente porque seriam recuperadas áreas que não foram plantadas na safra anterior por excessos hídricos.
No Sudeste de Buenos Aires, sul de La Pampa, norte de La Pampa e oeste de Buenos Aires, o cenário é mais crítico diante de uma previsão de reposição de umidade menos alentadora, razão pela qual a intenção de plantio ainda apresenta grande incerteza. A área plantada poderia aumentar entre 7% a 15% em relação à safra passada, mas se o estado hídrico não melhorar, não se descarta a possibilidade de registrar uma redução na intenção de plantio.
Tradução: Izadora Pimenta