PR: Preço do litro do álcool (etanol) pode chegar a R$ 2

Publicado em 22/12/2009 07:04
Previsão é do presidente do Sindicombustíveis com base na escassez de produto no mercado
A entressafra da cana de açúcar já começa a repercutir no mercado de etanol. Depois de uma certa estabilidade, os preços do litro do álcool combustível começam a subir nos postos da cidade e, se o cenário atual persistir, o preço do litro de etanol pode bater a casa dos R$ 2, segundo a avaliação de Roberto Fregonese, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Minerais do Estado do Paraná (Sindicombustíveis-PR). “Está faltando álcool no mercado e não duvido que cheguemos aos R$ 2 no próximo ano”, diz.

O preço máximo encontrado, ontem, pela reportagem do Jornal do Estado foi de R$ 1,790, frente a R$ 2,55 da gasolina — uma diferença de 30,2%. Com isso, para quem usa carros flex, a vantagem pela opção do etanol praticamente zera. A autonomia do veículo com o álcool é, em média, 30% menor. Assim, para ser vantajosa a sua utilização, o preço do litro também precisa ser 30% menor ao da gasolina.

O último aumento ocorrido em alguns postos de Curitiba foi quinta-feira. Segundo as informações de Fregonese, que também é dono de posto, houve um aumento de R$ 0,15 por litro, isso da distribuidora para o revendedor e de R$ 0,05 no litro da gasolina comum. “Tem postos que já fizeram o repasse e outros que devem repassar à medida que os estoques de combustível vão sendo renovados”, explica.
Segundo uma pesquisa informal feita pela reportagem do Jornal do Estado, alguns postos já fizeram o repasse dos preços. Em outros, há informações de que os preços do álcool podem subir ainda antes do início do feriado de Natal.

Além da entressafra da cana de açúcar, outro fator que tem influenciado no mercado é a demanda mundial por açúcar.  O aumento do preço é resultado direto da quebra da safra de cana de açúcar da Índia, um dos produtores mundiais da commodyti.  Com isso, houve uma maior demanda pelo açúcar.
A exportação do produto subiu consideravelmente, fazendo com que as usinas de cana de açúcar privilegiem a produção de açúcar, em detrimento ao álcool e também provocaram aumentos do produto nas prateleiras dos supermercados.

Em Curitiba o açúcar ficou 10,34% mais caro entre agosto e setembro, conforme apontou a Pesquisa Nacional da Cesta Básica realizada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).
Em novembro, em reportagem veiculada no Jornal do Estado e no site Bem Paraná, as informações do mercado já apontavam a tendência de alta nos preços do álcool, assim como todos os demais produtos feitos a partir da cana de açúcar.

Neste ano, as oscilações ocorridas apresentaram um cenário de estabilidade, refletindo o que vinha ocorrendo no mercado interno com equilíbrio entre a oferta e demanda dos mercados internacionais.
Já as altas previstas estariam relacionadas a uma possível compensação do setor que amargou prejuízos nos últimos dois anos, devido a uma menor demanda do mercado.
Além do aumento da demanda, os estoques de álcool estão mais baixos, e foram prejudicados ainda, pelas chuvas na região Centro-Sul. A safra da cana de açúcar termina entre o fim de novembro e início de dezembro.
Fonte: Bem Paraná

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