Açúcar cai mais de 2% em NY nesta 6ª feira (29) e fecha novembro com desvalorização de até 7,3%
Os preços futuros do açúcar fecharam a sessão desta sexta-feira (29) com baixas expressivas, acima de 2%, entre os primeiros contratos da Bolsa de Nova York, e quedas de pelo menos 1% para o açúcar branco em Londres. Com isso, o adoçante acumulo uma movimentação negativa nesta semana e fechou o mês de novembro redução de até 7,3% na bolsa norte-americana e 6,41% na europeia.
Mauricio Muruci, analista da Safras & Mercado, explicou ao Notícias Agrícolas que o câmbio tem um papel negativo nos preços. “Isso faz com que as usinas e as trades exportadoras do Brasil aumentem a sua exposição de açúcar da safra nova, safra futura, no mercado internacional”, relata. Assim, esses embarques, segundo ele, criam um cenário de conforto na disponibilidade de oferta que derruba os preços.
Como destaca o Barchart, com ponto também citado por Muruci, o movimento de alta do dólar durante todo este mês foi decisivo para a queda nas cotações. Primeiro, a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos fortaleceu a moeda norte-americana, trazendo uma primeira sequência de baixas para o adoçante no mercado interno.
Nesta semana, apesar de uma recuperação dos preços com números de produção divulgados pela Unica abaixo do esperado e uma redução na expectativa da oferta global de açúcar, os preços chegaram a mostrar uma recuperação. Contudo, uma reforça no Imposto de Renda anunciada pelo Governo do Brasil provocou uma forte desvalorização do real, fazendo com o que o dólar atingisse o valor recorde de R$ 6,00.
Análise do Barchart desta sexta-feira destaca feira que os preços do açúcar estão mais baixos por conta da liquidação do real brasileiro. “uma baixa recorde em relação ao dólar incentiva a venda de exportação pelos produtores de açúcar do Brasil e desencadeou uma longa liquidação em futuros de açúcar”, acrescenta o portal.
Cotações em Nova York
Nesta sexta-feira, Nova York, o contrato março/25 registrou uma queda de 0,61 cents (-2,81%), encerrando o dia a 21,08 cents/lbp. O contrato maio/25 recuou 0,53 cents (-2,60%), negociado a 19,83 cents/lbp. Já o contrato julho/25 teve uma perda de 0,52 cents (-2,65%), fechando a 19,13 cents/lbp, enquanto o outubro/25 caiu 0,51 cents (-2,62%), valendo 18,96 cents/lbp.
Na semana, o março/25 em Nova York recuou 0,28 cents (-1,31%), partindo de 21,36 cents/lbp na quarta-feira (22). O maio/25 caiu 0,20 cents (-1,00%), enquanto o julho/25 teve queda de 0,24 cents (-1,24%). Já o outubro/25 apresentou baixa de 0,29 cents (-1,51%).
No mês, o março/25 em Nova York recuou 1,66 cents (-7,30%), partindo de 22,74 cents/lbp no dia 31 de outubro. O maio/25 caiu 1,22 cents (-5,80%), enquanto o julho/25 teve uma queda de 0,94 cents (-4,68%). Já o outubro/25 apresentou baixa de 0,83 cents (-4,19%).
Bolsa de Londres e as safras europeias
De acordo com o que explica Muruci, o açúcar branco registra queda em Londres por conta da safra nova internacional, a qual se inclui a produção europeia, com perspectiva de forte crescimento. Além disso, na Europa há um excedente exportável muito elevado desde a safra passada de 100 mil toneladas, o qual vai se tornar em 300 mil toneladas na safra nova europeia que começou em outubro.
“Para os nossos padrões aqui é pouca coisa, mas para os padrões deles é um crescimento muito elevado”, afirma Muruci. “A parte ali dos fundamentos é essa. Queda na demanda, alta na oferta e alta no acidente exportável e aí por isso reflete queda nos preços aí em Londres”, conclui o analista.
Na Bolsa de Londres, o contrato março/25 recuou US$ 8,40 (-1,51%), negociado a US$ 547,70 por tonelada. O contrato maio/25 caiu US$ 7,90 (-1,43%), sendo cotado a US$ 545,40 por tonelada. O agosto/25 apresentou uma baixa de US$ 6,70 (-1,24%), finalizando o dia a US$ 534,80 por tonelada, enquanto o outubro/25 fechou com perda de US$ 5,40 (-1,02%), valendo US$ 524,30 por tonelada.
Nesta semana o março/25 registrou uma redução de US$ 5,90 (-1,07%) em relação aos US$ 553,60 registrados na quarta-feira (22). O maio/25 teve queda de US$ 4,60 (-0,84%), o agosto/25 recuou US$ 4,40 (-0,82%), e o outubro/25 apresentou baixa de US$ 4,40 (-0,83%).
Em Londres, neste mês o março/25 registrou uma redução de US$ 37,50 (-6,41%) em relação aos US$ 585,20 registrados em 31 de outubro. O maio/25 teve queda de US$ 33,00 (-5,71%), enquanto o agosto/25 recuou US$ 24,90 (-4,45%).
Mercado interno
Com um maior direcionamento do açúcar para o mercado internacional, juntamente com uma oferta reduzida por conta do tempo seco deste ano, os preços no mercado físico brasileiro mostram um movimento de alta.
Como mostra o indicador Cepea Esalq, em São Paulo, o açúcar cristal branco teve baixa de 0,57% e está cotado em R$ 164,59/saca. No mês, isso representa um ganho de 0,49%, porém, se comparado com os valores do ano anterior, o valor do final de novembro atual é 6,20% superior ao de 2023.
O açúcar cristal em Santos (FOB), segundo informações do Cepea, subiu 2,84% e tem valor de R$ 162,01/saca. O cristal empacotado vale R$ 17,1504/5kg. O refinado amorfo está cotado em R$ 3,8720/kg. O VHP permanece com preço de R$ 111,81/saca.
Em Alagoas, também com base no que mostra o indicador Cepea Esalq, o preço do açúcar está em R$ 157,55/saca. Na Paraíba, a cotação é de R$ 158,25/saca. Em Pernambuco, o adoçante vale R$ 151,57/saca.