Açúcar: Petróleo e dólar pesam para perdas nas bolsas de NY e Londres nesta 6ª feira

Publicado em 08/03/2024 16:21
Apesar de expectativa de safras 2024/25 ruins na Índia e Centro-Sul do Brasil, há melhores perspectivas na Tailândia

As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta sexta-feira (08) com queda nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado sentiu pressão do financeiro, petróleo e câmbio no dia, além de melhores perspectivas com a safra da Tailândia.

Por outro lado, há atenção para uma safra 2024/25 menor no Centro-Sul do Brasil e na Tailândia.

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve desvalorização de 0,61%, cotado a 21,18 cents/lb, com máxima em 21,40 cents/lb e mínima de 21,01 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato caiu 1,09%, a US$ 597,50 a tonelada.

No acumulado da semana, o principal vencimento do adoçante no terminal norte-americano caiu 2,82%.

O mercado do açúcar estendeu as perdas da sessão anterior nesta sexta acompanhando um financeiro negativo. O petróleo registrou perdas de quase 1,50% no dia. As oscilações do óleo bruto impactam diretamente na decisão de produção das usinas.

Além disso, o dólar subia sobre o real, o que tende a encorajar as exportações, mas pesa sobre os preços.

Os preços do açúcar dispararam em parte da semana acompanhando dados sobre a safra 2024/25 do Centro-Sul do Brasil e da Índia. A Datagro revisou nesta semana sua previsão de moagem de cana no Centro-Sul para 592 milhões de toneladas.

O volume representa uma queda de 9,8% ante o recorde do ciclo anterior, de cerca de 650 milhões de t. "Nenhum Estado terá chuvas acima do normal (nos próximos três meses)", afirmou o presidente da Datagro, Plinio Nastari, em evento da companhia.

A produção de açúcar na nova safra é estimada em 40,5 milhões de t pela Datagro, com uma queda de queda 4,8% ante 2023/24. A fabricação de etanol deverá cair 9,3%, totalizando 30,42 bilhões de litros, incluindo o milho.

Informações da Índia também tiveram impacto aos preços no dia. O plantio de cana-de-açúcar nos estados de Maharashtra e Karnataka, no Oeste do país, deverá cair na temporada 2024/25 a partir de 1º de outubro, disse um órgão do setor.

MERCADO INTERNO

O mercado interno do açúcar voltou a dar sinais de recuperação nesta reta final de semana. Apesar de menor oferta, a demanda ainda está desaquecida, o que mantém pressão sobre as cotações, segundo o o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).

No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 141,73 a saca de 50 kg com desvalorização de 0,05%.

Nas regiões Norte e Nordeste, o açúcar ficou cotado a R$ 162,42 - estável, segundo dados coletados pela consultoria Datagro. Já o açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 22,34 c/lb com desvalorização de 0,79%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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