Açúcar bruto encerra sessão desta 3ª com altas de mais de 4% na Bolsa de Nova York
Os futuros do açúcar encerraram a sessão desta terça-feira (16) com alta expressiva nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado teve suporte das preocupações com a oferta global com foco na próxima safra do Brasil, 2024/25) e temporada atual na Índia e Tailândia.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve valorização de 4,21% no dia, cotado a 22,52 cents/lb, com máxima em 22,64 cents/lb e mínima de 21,85 cents/lb. No terminal de Londres, o primeiro contrato saltou 2,91%, a US$ 644,40 a tonelada.
Após a Bolsa de Nova York estar fechada por conta do feriado de Martin Luther King Jr. na véspera, o mercado do açúcar bruto retomou negócios em disparada nesta tarde, dando suporte para Londres, inclusive. As preocupações com a oferta global dão suporte.
Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado, explica que o clima no Brasil neste início de ano tem gerado atenção nos operadores. "As chuvas abaixo da média estão despertando preocupações com um possível ajuste de baixa na próxima safra, a 2024/25", diz.
As expectativas são muito positivas com a próxima temporada do setor sucroenergético no Centro-Sul do Brasil. A Safras, por exemplo, projeta moagem de cana-de-açúcar em 2024/25 em 670 milhões de toneladas, bem acima do recorde atual de cerca de 650 milhões de toneladas.
Apesar do clima mais firme neste início de ano, Muruci pondera que um cenário mais favorável de chuvas está previsto para as próximas semanas. "O final janeiro e, provavelmente, a primeira quinzena de fevereiro serão períodos excessivamente chuvosos", explica.
Na Ásia, também seguem as preocupações com a safra em andamento da Índia e da Tailândia por conta das adversidades climáticas.
Os sinais da demanda também atuavam como fator altista aos preços do adoçante. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, antecipou durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, que Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu aproximadamente 5,2% no ano passado.
Além disso, a demanda pelo adoçante brasileiro permanece aquecida. O Brasil exportou 1,509 milhão de toneladas de açúcar e melaços, até o momento, em janeiro (9 dias úteis), com receita acumulada de US$ 806,22 milhões, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A alta no adoçante nas bolsas nesta terça-feira, inclusive, ignorava as perdas moderadas do petróleo no cenário internacional, que impactam no mix, além da valorização do dólar sobre o real, que tende a encorajar as exportações e dá pressão às commodities.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar voltaram a registrar alta no mercado spot com aquecimento da demanda. "Diante do maior interesse comprador, usinas aumentaram os valores de suas ofertas, uma vez que grande parte do açúcar produzido segue contratado", disse em nota o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
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No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 144,05 a saca de 50 kg com queda de 1,41%.
Nas regiões Norte e Nordeste, o açúcar ficou cotado a R$ 153,64 - estável, segundo dados coletados pela consultoria Datagro. Já o açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 22,52 c/lb - estável.