Cepea: Produção de açúcar pode saltar para 43 mi de t em 2024/25, superando recorde atual

Publicado em 16/01/2024 08:29
Moagem de cana-de-açúcar no ciclo de produção que começa apenas em abril deste ano e vai até março de 2025 é esperada entre 625 e 640 milhões de toneladas

A produção de açúcar do Centro-Sul do Brasil na safra 2024/25, que começa apenas em abril deste ano, pode bater novo recorde, superando o ciclo atual (2023/24), com projeções do setor acima de 43 milhões de toneladas, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).

A moagem de cana-de-açúcar é esperada entre 625 e 640 milhões de toneladas no próximo ciclo produtivo.

"Mesmo com a possível redução de 3% na produção de cana-de-açúcar, o maior volume de açúcar na próxima temporada pode vir do maior mix de produção do adoçante – espera-se que mais de 50% da cana seja destinada ao açúcar", explica o centro em nota.

O mix mais açucareiro já tem sido registrado nesta safra 2023/24 no Centro-Sul do país, já que os preços mais baixos do petróleo no cenário internacional e cotações em reais menos estabilizadas podem reduzir os valores da gasolina nas bombas, impactando na competitividade do etanol em relação ao combustível fóssil e favorecendo o maior mix de produção de açúcar pelas usinas.

Em 2023, os preços do açúcar no estado de São Paulo remuneraram 100% mais que os do etanol, segundo o Cepea. Os players de combustíveis no Brasil esperam por sinais do governo que garantam aumento da demanda para continuidade da atividade, como aumento da mistura de etanol anidro dos atuais 27% para 30% na gasolina. "Este é um aspecto importante neste momento em que a oferta de etanol de milho é significativa no mercado", diz o centro.

"Na ICE Futures US, os preços do demerara podem não continuar nos patamares elevados observados em 2023, principalmente quando a nova safra começar no Brasil, em abril/24. Até lá, os preços internacionais ainda poderão subir, principalmente por conta do cenário da Índia – o país está preocupado com a oferta interna de açúcar e está focado nas eleições em maio/24; portanto, pode não priorizar as exportações, visando reduzir os preços internos", complementa o Cepea.

Além disso, os preços do adoçante nas bolsas também devem seguir acompanhando as dificuldades climáticas na Índia, segundo maior produtor mundial de açúcar, que tem enfrentado dificuldades na produção de cana-de-açúcar. Na Tailândia, segundo maior exportador de açúcar, a produção também está em queda, afetando a participação do país no mercado global. O Brasil seguirá tendo papel-chave no balanço de oferta e demanda global.

A Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês) espera um déficit de 330 mil toneladas na produção mundial de açúcar, com produção de 179,88 milhões de toneladas, e o consumo que poderá totalizar 180,22 milhões de toneladas.

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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