Açúcar testa recuperação, mas fecha em baixa em NY e Londres nesta 4ª
Os futuros do açúcar finalizaram a sessão desta quarta-feira (03) com queda leve nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado foi pressionado tecnicamente após encontrar resistência ao trabalhar acima do nível de 21 cents/lb no terminal norte-americano.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve desvalorização de 0,24%, a 20,85 cents/lb, com máxima em 21,40 cents/lb e mínima de 20,71 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato caiu 0,69%, negociado a US$ 600,80 a tonelada.
Após trabalhar em alta na maior parte do dia, o mercado do açúcar encontrou resistência no principal terminal de negócios para trabalhar acima de 21 cents/lb. Nos fundamentos, também há algum suporte do otimismo com as safras do Brasil.
Porém, os operadores citam chuvas abaixo do normal na região Centro-Sul do Brasil no final do ano, apesar de previsão de melhor umidade no início de janeiro.
Mais cedo, o mercado subia com suporte das preocupações com a oferta, já que as safras permanecem ruins na Índia e Tailândia. A produção de açúcar das usinas indianas entre 1º de outubro e 31 de dezembro caiu anualmente 7,6%, disse um órgão do setor.
No financeiro, o açúcar também tinha suporte da alta de cerca de 3% do petróleo no cenário internacional à medida que as preocupações com a oferta aumentam diante dos conflitos no Oriente Médio. As oscilações do óleo bruto impactam diretamente no mix das usinas.
O dólar trabalhava com leve queda sobre o real, o que tende a ser um fator de suporte aos preços, já que desencoraja exportações.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar no mercado paulista iniciaram o ano sem muitas variações. Ao longo de 2024, segundo analistas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP), a tendência é de uma safra mais açucareira no ciclo 2024/25.
"Alguns fatores no campo macroeconômico, como petróleo mais barato e dólar menos estável, podem contribuir para uma safra mais açucareira, à medida que tendem a reduzir os valores da gasolina nos postos e diminuir a competitividade do etanol frente ao combustível fóssil", disse o centro.
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No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 149,88 a saca de 50 kg - estável.
Nas regiões Norte e Nordeste, o açúcar ficou cotado a R$ 155,34 e alta de 0,12%, segundo dados coletados pela consultoria Datagro. Já o açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 21,78 c/lb com valorização de 1,55%.