Açúcar vira e fecha 4ª feira com quedas fortes nas bolsas de NY e Londres
Os futuros do açúcar encerraram a sessão desta quarta-feira (20) com queda expressiva nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado oscilou dos dois lados da tabela, mas acabou fechando em baixa ainda impactado pelo otimismo com o avanço da safra do Brasil.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve desvalorização de 2,38%, a 20,92 cents/lb, com máxima em 21,67 cents/lb e mínima de 20,81 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato caiu 1,53%, negociado a US$ 605,80 a tonelada.
Depois de trabalhar com alta técnica mais cedo, o mercado do açúcar acabou virando e fechou a sessão desta quarta com quedas expressivas nas bolsas externas. O mercado segue pressionado pelo otimismo com o avanço da safra do Brasil, além do financeiro.
A mínima do dia no terminal norte-americano, inclusive, ficou próxima do patamar de 27 de março. "Os negociantes afirmaram que os especuladores continuavam a liquidar posições longas com a forte produção na região Centro-Sul do Brasil", reportou a Reuters.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) trouxe semana passada que a produção de açúcar na segunda metade de novembro totalizou 1,40 milhão de toneladas no Centro-Sul. Mais de 35% acima do volume registrado no mesmo período de 2022/23.
No financeiro, o mercado do açúcar também encontrou suporte no dia. O petróleo trabalhava com leves perdas nesta tarde de quarta. As oscilações do óleo bruto tendem a impactar diretamente na decisão sobre o mix das usinas que produzem os dois produtos.
Já o dólar tinha alta sobre o real. Uma moeda estrangeira mais valorizada que o real tende a encorajar as exportações das commodities, mas pesa sobre os preços externos.
Apesar da queda na sessão, o mercado do açúcar ainda monitora fatores altistas no mercado, como o impacto do clima nas safras da Índia e Tailândia.
"A produção de açúcar da Índia neste ano-safra, atingida por chuvas fracas, deverá ficar atrás do consumo pela primeira vez em sete anos, de acordo com comerciantes e uma pesquisa com agricultores", segundo análises da agência de notícias Reuters.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar no mercado interno têm oscilado sem tendência definida, mas quedas expressivas chegaram a ser vistas nesta semana. "Como a demanda neste final de ano tem se mostrado pouco aquecida e os preços do açúcar demerara vêm caindo no mercado internacional, parte das usinas paulistas aceitou negociar a valores menores", reportou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 153,95 a saca de 50 kg com valorização de 1,66%.
Nas regiões Norte e Nordeste, o açúcar ficou cotado a R$ 155,74 - estável, segundo dados coletados pela consultoria Datagro. Já o açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 22,33 c/lb com valorização de 0,56%.