Açúcar reage com boas altas nesta 5ª após testar mínimas de mais de 8 meses
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta quinta-feira (14) com valorização nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado caiu na maior parte do dia, mas registrou reação técnica na finalização das negociações nos terminais no dia.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve valorização de 0,96%, a 22,18 cents/lb, com máxima em 22,31 cents/lb e mínima de 21,16 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato saltou 0,48%, a US$ 630,60 a tonelada.
O mercado do adoçante reagiu tecnicamente nas bolsas depois de Nova York registrar mínimas de mais de oito meses na sessão em meio perspectivas mais positivas com a oferta global do adoçante. Além disso, houve suporte da alta de quase 4% do petróleo.
As oscilações de preço do óleo bruto tendem a impactar diretamente na decisão sobre o mix das usinas.
Além disso, o dólar caía nestatarde sobre o real, o que também tende a ser um fator de suporte para as cotações internacionais. Uma moeda estrangeira menos valorizada ante o real tende a desencorajar as exportações, mas dá suporte aos preços das commodities.
A agência Reuters destacava mais cedo que, apesar da alta registrada no dia, o cenário de oferta no mercado permanecia sendo monitorado pelos operadores de mercado.
"No longo prazo, o açúcar deverá sofrer uma correção ascendente, disseram os negociantes, já que o mercado ainda deverá registrar um déficit nesta temporada", reportou.
A queda mais cedo e nos últimos dias no mercado do açúcar acompanha um otimismo na oferta global, principalmente relacionado à dados mais confortáveis vindos das principais origens exportadoras do mundo, como o Centro-Sul do Brasil e a Índia.
"A produção mais forte do que o esperado no Brasil, juntamente com uma mudança na política de etanol da Índia na semana passada, que deve impulsionar a oferta doméstica de açúcar, continua a pesar sobre os preços do adoçante", disse a Reuters.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) trouxe que a produção de açúcar na segunda metade de novembro totalizou 1,40 milhão de toneladas no Centro-Sul. Mais de 35% acima do volume registrado no mesmo período de 2022/23.
Mais cedo, através de rede social, a Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês) destacou ainda que os futuros do açúcar em Nova York já caíram cerca de 15% este mês em meio à forte produção do Brasil e à decisão da Índia.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar têm tido curtas oscilações do lado interno. Apesar de queda na maioria dos dias desta semana, as cotações estão mais vantajosas ante o exterior, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 154,11 a saca de 50 kg com valorização de 0,07%.
Nas regiões Norte e Nordeste, o açúcar ficou cotado a R$ 155,48 - estável, segundo dados coletados pela consultoria Datagro. Já o açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 22,89 c/lb com desvalorização de 2,74%.