Após mínimas de mais de 8 meses, açúcar vira e fecha 3ª com leve alta em NY
As cotações futuras do açúcar encerraram esta terça-feira (12) com alta leve nas bolsas de Nova York e Londres, após mínimas no terminal norte-americano durante o dia de mais oito meses. O suporte veio de ajustes técnicos após menores temores com a oferta do adoçante a nível global.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve valorização de 0,53%, cotado a 22,59 cents/lb, com máxima em 22,66 cents/lb e mínima de 21,48 cents/lb durante o dia. Em Londres, o primeiro contrato teve alta de 0,31%, negociado a US$ 639,70 a tonelada.
O mercado subiu durante a tarde desta terça em movimento de ajuste técnico após testar mínimas de meses. A queda vinha desde a semana anterior em meio aos menores temores com a oferta do adoçante, com novos dados das safras 2023/24 do Centro-Sul do Brasil e da Índia, além do petróleo.
O óleo bruto caiu mais de 3% nesta terça. As oscilações do petróleo impactam diretamente na decisão sobre o mix das usinas. Já o dólar subiu sobre o real.
"Os negociantes disseram que uma mudança na política de etanol da Índia na semana passada, que deverá impulsionar a oferta doméstica de açúcar, contribuiu para a recente queda nos preços, juntamente com uma produção mais forte do que o esperado no Centro-Sul do Brasil", reportou a Reuters.
Mais cedo, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) trouxe que a produção de açúcar na segunda metade de novembro totalizou 1,40 milhão de toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 22/23 de 1,04 milhão de t, representa aumento de 35,03%.
Enquanto isso, o Brasil exportou 3,7 milhões de toneladas de açúcar em novembro, marcando um novo recorde para o mês.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar cristal no mercado spot de São Paulo voltaram a ganhar vantagem ante o do mercado externo, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP). No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 154,71 a saca de 50 kg com desvalorização de 0,35%.
"O spot paulista remunerou 2,87% a mais que as vendas externas – cenário que não era observado desde o início de julho. Para esse cálculo, foram considerados US$ 70,89/tonelada de fobização, US$ 112,00/t de prêmio de qualidade e R$ 4,9238 de dólar", disse o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
Nas regiões Norte e Nordeste, o açúcar ficou cotado a R$ 155,48 - estável, segundo dados coletados pela consultoria Datagro. Já o açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 23,41 c/lb com desvalorização de 3,81%.