Açúcar bruto fecha 2ª feira nos menores níveis desde o início de julho em NY
Os futuros do açúcar encerraram a sessão desta segunda-feira (11) com queda expressiva nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado repercute a nova política de etanol da Índia, além de ainda seguir as informações sobre o avanço da safra do Centro-Sul do Brasil.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve desvalorização de 3,81%, a 22,47 cents/lb, com máxima em 23,49 cents/lb e mínima de 22,17 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve baixa de 2,55%, negociado a US$ 637,70 a tonelada.
O mercado do açúcar no terminal norte-americano deu continuidade às perdas da semana anterior nesta segunda, inclusive fechando em níveis que não eram vistos desde o início do mês de julho, ainda com foco nas informações sobre a safra da Índia.
"Os negociantes disseram que uma mudança na política de etanol da Índia na semana passada, que deverá impulsionar a oferta doméstica de açúcar, contribuiu para a recente queda nos preços, juntamente com uma produção mais forte do que o esperado no Centro-Sul do Brasil", reportou a Reuters.
A Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês) destacou no dia que a decisão do governo indiano de pedir para não usar caldo de cana-de-açúcar e melaço para etanol "parece ter causado muita insatisfação entre os proprietários de fábricas e destiladores".
A produção do adoçante na temporada 2023/24 do Centro-Sul do país é vista agora pelos operadores, segundo a Reuters, entre 41,5 a 42 milhões de toneladas. Em agosto, uma pesquisa da Reuters previa a produção na região em cerca de 39 milhões de toneladas.
No financeiro, o mercado também sentiu alguma pressão da alta do dólar sobre o real nesta tarde. Uma moeda estrangeira mais valorizada tende a encorajar as exportações das commodities, mas pesa sobre os preços externos. Por outro lado, o petróleo subia.
MERCADO INTERNO
Os preços internos do açúcar continuam em queda no mercado brasileiro. Ainda assim, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP), os valores estão mais altos do que no mesmo período do ano passado. As usinas estão focadas na exportação de açúcar, limitando a oferta interna.
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 155,25 a saca de 50 kg com desvalorização de 0,10%.
Nas regiões Norte e Nordeste, o açúcar ficou cotado a R$ 155,48 - estável, segundo dados coletados pela consultoria Datagro. Já o açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 24,34 c/lb com valorização de 1,43%.