Açúcar bruto encerra 4ª feira próximo da estabilidade em NY mesmo com anúncio da Índia

Publicado em 18/10/2023 15:35
Mercado também acompanha informações dos dois lados da tabela, como dados das origens e as oscilações do financeiro

As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta quarta-feira (18) próximas da estabilidade na Bolsa de Nova York, mas tiveram leve alta em Londres. O mercado do adoçante acompanha informações que impactam os preços dos dois lados da tabela.

Porém, a baixa movimentação no dia impressionou, já que a Índia anunciou hoje a extensão das restrições de exportação de açúcar.

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve desvalorização de 0,04%, a 27,48 cents/lb, com máxima em 27,67 cents/lb e mínima de 27,17 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve alta de 0,39%, negociado a US$ 741,80 a tonelada.

O mercado do açúcar fechou o dia sem muitas alterações nas bolsas internacionais nesta quarta-feira mesmo diante do anúncio de que a Índia estenderá as restrições às exportações de açúcar bruto, branco, refinado e orgânico para além do mês de outubro.

Segundo Filipi Cardoso, especialista de inteligência de mercado da StoneX, os operadores já assimilavam há algum tempo essas notícias de que a Índia não exportaria o adoçante, por isso a baixa repercussão de uma notícia que, teoricamente, seria altista.

"Por conta da safra complicada por lá, o mercado já tinha essa expectativa. Agora, temos apenas uma confirmação. Além disso, está claro que o Brasil irá conseguir suportar essa demanda global, já que estamos com embarques batendo as 3 milhões de t mensalmente", disse ao Notícias Agrícolas.

A StoneX vê a safra de açúcar do Brasil que está em andamento em 41,1 milhões de toneladas.

Leia mais:

+ Índia estende restrições às exportações de açúcar para baixar preços internos e garantir oferta

Ainda nos fundamentos, por outro lado, a safra 2023/24 do Centro-Sul do Brasil avança bem e limita as valorizações do adoçante, já que há maior oferta sendo disponibilizada pelo país, principalmente por conta dos problemas climáticos que afetam a safra das origens asiáticas.

No financeiro, o mercado também acompanhou durante o dia indicativos dos dois lados da tabela. Durante a maior parte do dia, os preços do adoçante tiveram suporte do petróleo, que chegou a saltar cerca de 3% em meio às tensões no Oriente Médio.

As oscilações do óleo bruto têm influência na decisão das usinas sobre o mix, se será mais voltado ao adoçante ou etanol.

Já a alta do dólar sobre o real era um fator baixista para as negociações do adoçante nesta tarde de quarta-feira nas bolsas externas. Uma moeda estrangeira mais valorizada tende a encorajar as exportações, mas pesa sobre os preços externos.

MERCADO INTERNO

Depois de avanço com foco no exterior, os preços do açúcar no mercado físico têm corrigido os ganhos. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 154,13 a saca de 50 kg com baixa de 0,14%.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 154,05 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 28,41 c/lb com alta de 1,64%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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