Açúcar recua nas bolsas de NY e Londres nesta 6ª feira com financeiro e foco no BR
Os contratos futuros do açúcar encerraram a sessão desta sexta-feira (09) com queda nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado do adoçante foi pressionado pelo petróleo, além de ainda acompanhar o otimismo com a safra 2023/24 do Centro-Sul do Brasil.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 0,28% no dia, a 25,02 cents/lb, com máxima em 25,74 cents/lb e mínima de 24,98 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve desvalorização de 1,15% no dia, cotado a US$ 680,90 a tonelada.
No acumulado da semana, porém, o primeiro vencimento no terminal norte-americano avançou mais de 2,50%.
O açúcar oscilou dos dois lados da tabela nesta sexta-feira. Os preços chegaram a subir em parte do dia acompanhando as preocupações com o clima, após confirmação do fenômeno climático El Niño, e possível impacto no clima das origens asiáticas.
Porém, a queda acabou prevalecendo no fechamento com as atenções ainda voltadas para a safra 2023/24 do Centro-Sul do Brasil. Apesar de o fenômeno climático também ter algum impacto sobre a safra brasileira, as expectativas são bastante positivas para este ciclo.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas Haroldo Torres, gestor do Pecege, disse que a produtividade está surpreendendo neste início de temporada, inclusive, já está superior ao resultado das últimas duas temporadas no Centro-Sul brasileiro, até o momento.
"Essa produtividade tem três motivos: Um clima mais favorável, com precipitação acima da média histórica no Centro-Sul, apesar de temperatura e luminosidade inadequada em alguns momentos. Também tivemos aumento de investimento e baixa idade média do canavial", disse.
Além disso, o mercado também teve pressão do financeiro. O petróleo caía cerca de 1% devido às preocupações com a demanda. As oscilações do óleo impactam diretamente nos combustíveis e, consequentemente, na decisão de produção das usinas.
Por outro lado, o dólar tinha queda próxima de 1% sobre o real nesta sexta-feira, o que tende a dar algum suporte aos preços. A moeda estrangeira menos valorizada que o real tende a desencorajar as exportações e dá suporte aos futuros das commodities.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar oscilam dos dois lados da tabela no mercado brasileiro mesmo com a moagem da safra 2023/24 do Brasil que avança. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi negociado a R$ 148,34 a saca de 50 kg com valorização de 0,34%.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 162,08 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 26,15 c/lb e desvalorização de 0,32%.