Açúcar: Após máximas de 10 anos, NY e Londres têm realização de lucros

Publicado em 26/04/2023 16:31
Temores com a oferta global, principalmente por conta das origens asiáticas, fizeram mercado disparar nos últimos dias

Os contratos futuros do açúcar encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com queda nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado do adoçante sentiu pressão de um movimento de realização de lucros, após testar máximas de mais de 10 anos nos últimos dias.

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 0,73%, cotado a 25,78 cents/lb, com máxima em 26,38 cents/lb e mínima de 25,66 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve recuo de 1,42% no dia, a US$ 695,10 a tonelada.

"É natural essa correção depois dos últimos dias", afirma Marcelo Di Bonifacio Filho, analista em inteligência de mercado da StoneX. Além disso, o especialista explica que o terminal norte-americano registrou rolagens de posições na sessão desta quarta-feira.

"O maio vai vencer na sexta-feira e agentes trocaram de posições, então é um movimento que também acaba impactando no mercado", complementa.

Nos fundamentos, outro fator de atenção dos operadores de mercado está relacionado com a safra 2023/24 do Centro-Sul do Brasil, que deve ganhar ritmo nos próximos dias. Já no financeiro, o petróleo caía cerca de 3% nesta tarde de quarta e contribuía para as perdas.

O mercado do açúcar disparou para máximas de mais de uma década nos últimos dias nas bolsas em meio temor com a oferta do adoçante, principalmente das origens asiáticas. A safra da Índia tem sido impactada pelo clima adverso e também com a maior destinação para o etanol.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou nesta quarta-feira o 1º Levantamento de Cana-de-Açúcar 2023/24 do Brasil, que deve crescer 4,4% ante o ciclo anterior, para 637,1 milhões de toneladas, com clima favorável para o desenvolvimento.

Para área, a estatal espera que sejam destinados 8,4 milhões de hectares de cana para a colheita, com um rendimento médio de 75.751 quilos por hectare.

Leia mais:

+ Produção de cana-de-açúcar deve crescer 4,4% na safra 2023/24, estimada em 637,1 milhões de toneladas

MERCADO INTERNO

O mercado físico do açúcar segue valorizado mesmo com a safra iniciada. O Cepea destacou na véspera que alguns compradores, temendo ficar sem o adoçante, adquiriram o cristal a preços mais elevados, enquanto outros, estocados, preferiram esperar por valores mais atrativos para negociar, deixando o mercado com pouco movimento.

No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi negociado a R$ 143,02 saca de 50 kg com alta de 0,65%.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 153,92 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 28,53 c/lb e valorização de 2,78%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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