Açúcar dispara e se aproxima dos 25 cents/lb em NY nesta 5ª com temores sobre oferta
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta quinta-feira (20) com alta expressiva nas bolsas de Nova York e Londres. Nos últimos dias, o mercado testou máximas de 10 anos. As preocupações com a oferta seguem no mercado.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York subiu 3,73%, cotado a 24,74 cents/lb, com máxima em 24,86 cents/lb e mínima de 23,64 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve alta de 2,29% no dia, a US$ 695,70 a tonelada.
O mercado do açúcar em Nova York busca os 25 cents/lb com a contínua preocupação dos operadores com a oferta global de açúcar, principalmente por conta dos países asiáticos. A Índia, segunda maior exportadora, enfrenta clima adverso.
Uma importante entidade comercial indiana disse nesta terça-feira que as usinas no país produziram, até o momento, 31,1 milhões de toneladas de açúcar desde o início da atual temporada em 1º de outubro, uma queda anual de 5,4%.
Além disso, o secretário de alimentos da Índia afirmou recentemente que o país não irá ampliar sua cota de exportação, que está em 6 milhões de toneladas para esta safra, sobre 11,2 milhões em 2021/22.
O mercado do adoçante também monitora a produção da próxima temporada global com um iminente El Niño se caracterizando. Além disso, chuvas têm sido registradas em plena colheita da safra 2023/24 do Brasil e podem impactar os trabalhos.
"Se você não tiver o abastecimento de açúcar do Centro-Sul do Brasil, não sei onde pode encontrar mais açúcar porque não tem outra fonte tão relevante e importante", afirmou à Bloomberg Henrique Akamine, chefe de açúcar e etanol da Tropical Research Services.
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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) trouxe nesta quinta-feira sua atualização para a safra 2022/23 do Brasil, que terminou em março, com estimativa de moagem de 610,1 milhões de toneladas e um crescimento de 5,4% em relação à temporada passada.
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No financeiro, também há suporte da desvalorização do dólar sobre o real, o que tende a desencorajar as exportações das commodities, mas dá suporte aos preços. Por outro lado, o petróleo recuava.
MERCADO INTERNO
No Brasil, os preços do adoçante seguem em alta mesmo com o início da colheita 2023/24. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi negociado a R$ 142,05 saca de 50 kg e alta de 0,04%.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 151,45 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 26,15 c/lb e desvalorização de 0,67%.
Nesta sexta-feira (21), as negociações serão escassas nas praças do Brasil por conta do feriado do Dia de Tiradentes.