Açúcar: NY sente pressão técnica e do financeiro nesta 4ª, mas avança em Londres
Os futuros do açúcar encerraram a sessão desta quarta-feira (19) com queda leve na Bolsa de Nova York, mas alta em Londres. O mercado norte-americano sentiu pressão técnica de um movimento de realização de lucros, além do financeiro.
Nos fundamentos, porém, seguem repercutindo as preocupações sobre a safra 2022/23 da Índia.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 0,38%, a 23,85 cents/lb, com máxima em 24,30 cents/lb e mínima de 23,73 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve alta de 0,59% no dia, a US$ 680,10 a tonelada.
O mercado chegou a ficar próximo na máxima da véspera dos 25 cents/lb no terminal norte-americano em meio às preocupações com a oferta. A alta chegou a ter continuidade nesta quarta, mas uma realização de lucros prevaleceu.
Além disso, o petróleo tinha queda de cerca de 1% nesta tarde acompanhando a economia norte-americana, o que também contribui para as perdas no adoçante. As oscilações do óleo bruto tendem a impactar diretamente na decisão das usinas sobre o mix.
A alta do dólar sobre o real também foi um viés baixista aos preços do adoçante em Nova York, pois impacta nas exportações.
Já as preocupações relacionadas com a oferta do adoçante seguem sendo um fator de suporte ao açúcar. A safra da Índia tem sido impactada pelo clima adverso e o mercado também passou a ter atenção maior para a colheita do Brasil, que teve início.
"Se continuar chovendo no Brasil, o gigante não conseguirá mostrar os dentes e abastecer o atual mercado aquecido", disse o Rabobank em relatório.
Uma importante entidade comercial indiana disse nesta terça-feira que as usinas no país produziram, até o momento, 31,1 milhões de toneladas de açúcar desde o início da atual temporada em 1º de outubro, uma queda anual de 5,4%.
Além disso, o secretário de alimentos da Índia afirmou recentemente que o país não irá ampliar sua cota de exportação, que está em 6 milhões de toneladas para esta safra, sobre 11,2 milhões em 2021/22. A Índia é o segundo maior produtor mundial.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar no físico continuam registrando alta mesmo com a safra 2023/24 tendo início no Centro-Sul do Brasil. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi negociado a R$ 142,00 saca de 50 kg e alta de 0,25%.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 151,45 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 26,33 c/lb e valorização de 0,40%.