Açúcar: Produção na Índia cai e dá suporte para altas de mais de 2% em NY e Londres
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta quarta-feira (05) com alta de mais de 2% nas bolsas de Nova York e Londres. O suporte acompanha os temores com a oferta global, principalmente por conta da Índia, além do financeiro.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York subiu 2,14%, cotado a 22,95 cents/lb, com máxima em 23,01 cents/lb e mínima de 22,41 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve alta de 2,76% no dia, a US$ 646,80 a tonelada.
O mercado do açúcar avança expressivamente nesta semana em preocupações com a oferta global do adoçante, principalmente a da Índia. Além de problemas climáticos, o país tem usado mais cana para a produção de etanol na safra 2022/23.
"Revendedores disseram que o mercado ficou mais apertado após a produção abaixo do esperado em vários países, incluindo Índia, Paquistão, Tailândia e China, e muito agora dependerá da colheita brasileira que está em andamento", disse a Reuters.
A Associação Indiana de Usinas de Açúcar divulgou hoje que as usinas do país produziram na safra 2022/23 (outubro-setembro), até o momento, 30 milhões de toneladas do adoçante, mais de 3% menor ante a temporada anterior.
Além disso, a maioria das usinas já encerraram as atividades de moagem desta temporada.
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Já a safra 2023/24 de cana-de-açúcar do Centro-Sul do Brasil tem boas expectativas com clima benéfico desde o final do ano passado no cinturão produtivo. A moagem é esperada de cana de quase 600 milhões de toneladas neste ciclo.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o produtor de cana Sérgio Quassi conta que a safra 2023/24 de cana começou pontualmente, mas que deve ganhar ritmo mesmo a partir da segunda quinzena do mês de abril. As expectativas apontam que produtividade deve saltar entre a 5% a 10% no Centro-Sul.
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No financeiro, as altas tiveram apoio do câmbio, com desvalorização do dólar sobre o real, o que tende a desencorajar as exportações das commodities, mas dá suporte aos preços externos. O petróleo, porém, recuava nesta tarde nas bolsas.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar no mercado spot trabalham sem tendência definida e são poucos os negócios. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi negociado a R$ 136,29 saca de 50 kg e desvalorização de 0,59%.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 146,70 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 24,17 c/lb e valorização de 0,30%.